Especialista destaca as principais doenças da estação que começou nesta semana, já com mudança brusca na temperatura em diversas regiões; dengue também segue em evidência
Tosse, espirro,
eventualmente febre, mal-estar e muita coriza. Com a chegada do outono, que
começou oficialmente na última quarta-feira (20), esses são alguns dos sintomas
que costumam dominar as queixas nos prontos-socorros pediátricos durante a
estação.
Entre os
principais “vilões” deste período, caracterizado pela queda da temperatura e
mudanças abruptas no clima – como neste final de semana nas regiões sul e
sudeste –, estão algumas bactérias e vários vírus como o rinovírus, vírus da
influenza (causador de diferentes tipos de gripe), adenovírus (que causam
doenças resfriado, conjuntivite, bronquite e pneumonia), metapneumovirus e o
Vírus Sincicial Respiratório (VSR), historicamente responsável pela maioria dos
casos de bronquiolite, infecção do trato respiratório inferior (que chega aos
pulmões) em crianças de até dois anos.
“Além da
temperatura e tempo mais seco, temos ainda questões relacionadas como a
sazonalidade natural desses agentes, em alta entre os meses de março a agosto,
e ações humanas que favorecem a disseminação, como aglomeração em locais
fechados e/ou com pouca ventilação, falta de cuidados ao tossir ou espirrar, e com
a higiene das mãos”, destaca Dr. Cid Pinheiro, coordenador da Pediatria do
Hospital São Luiz Morumbi.
Essas doenças são
transmitidas principalmente por vias respiratórias e podem ser virais ou
bacterianas. “Quando espirramos, por exemplo, lançamos milhares de gotículas,
que se espalham por até quatro metros, atingindo outras pessoas e com esses
agentes, disseminando a doença”, alerta o médico.
Entre os
pequenos é preciso ter atenção especial com o VSR, que geralmente apresenta
evolução rápida. Entre os sinais de alerta estão respiração acelerada,
afundamento da fúrcula (área próxima ao esterno, entre as clavículas) e movimento
das aletas nasais, que indicam insuficiência respiratória.
Além do
desconforto respiratório, a febre persistente também é indício de uma evolução
negativa desses quadros. “Estamos falando daquela febre que não abaixa, mesmo
com o uso da medicação, persistente ou que se mantém por mais de três dias”,
complementa Cid.
Outra doença que
seguirá em evidência, ao menos no início da estação, é a dengue. “Como em
outras doenças virais, o tratamento é sintomático e a hidratação muito
importante. Os pais precisam ficar atentos à mudança no padrão dos sintomas e,
caso isso aconteça, buscar novamente o pronto-socorro para reavaliação”, orienta
o especialista do São Luiz Morumbi.
Localizado na
zona Sul da capital paulista, o hospital da Rede D’Or, é um dos mais modernos
da América Latina, e conta com pronto-socorro pediátrico 24 horas.
Além disso,
atenção com o uso de medicamentos. “Não utilizar anti-inflamatório, pois
aumenta o risco de sangramentos, uma das principais complicações graves da
dengue”, enfatiza Dr. Cid Pinheiro.
As
principais formas de prevenção das doenças respiratórias são:
- Evitar locais
fechados e com pouca ventilação;
- Higienizar as
mãos;
- Seguir os
protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;
- Isolamento
social em caso de sintomas;
- Uso de máscara
facial;
- Manter a
carteirinha de imunização sempre atualizada;
- Atenção com a
hidratação.
No caso da
dengue, que é uma arbovirose, além de eliminar focos de água parada que servem
de criadouro para o mosquito transmissor, é essencial adotar barreiras físicas
de proteção, como uso de repelentes, roupas compridas e telas nas janelas.
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