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segunda-feira, 25 de março de 2024

Chegada do outono acende alerta para doenças respiratórias em crianças

Especialista destaca as principais doenças da estação que começou nesta semana, já com mudança brusca na temperatura em diversas regiões; dengue também segue em evidência

 

Tosse, espirro, eventualmente febre, mal-estar e muita coriza. Com a chegada do outono, que começou oficialmente na última quarta-feira (20), esses são alguns dos sintomas que costumam dominar as queixas nos prontos-socorros pediátricos durante a estação.

 

Entre os principais “vilões” deste período, caracterizado pela queda da temperatura e mudanças abruptas no clima – como neste final de semana nas regiões sul e sudeste –, estão algumas bactérias e vários vírus como o rinovírus, vírus da influenza (causador de diferentes tipos de gripe), adenovírus (que causam doenças resfriado, conjuntivite, bronquite e pneumonia), metapneumovirus e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), historicamente responsável pela maioria dos casos de bronquiolite, infecção do trato respiratório inferior (que chega aos pulmões) em crianças de até dois anos.

 

“Além da temperatura e tempo mais seco, temos ainda questões relacionadas como a sazonalidade natural desses agentes, em alta entre os meses de março a agosto, e ações humanas que favorecem a disseminação, como aglomeração em locais fechados e/ou com pouca ventilação, falta de cuidados ao tossir ou espirrar, e com a higiene das mãos”, destaca Dr. Cid Pinheiro, coordenador da Pediatria do Hospital São Luiz Morumbi.

 

Essas doenças são transmitidas principalmente por vias respiratórias e podem ser virais ou bacterianas. “Quando espirramos, por exemplo, lançamos milhares de gotículas, que se espalham por até quatro metros, atingindo outras pessoas e com esses agentes, disseminando a doença”, alerta o médico.

 

Entre os pequenos é preciso ter atenção especial com o VSR, que geralmente apresenta evolução rápida. Entre os sinais de alerta estão respiração acelerada, afundamento da fúrcula (área próxima ao esterno, entre as clavículas) e movimento das aletas nasais, que indicam insuficiência respiratória.  

 

Além do desconforto respiratório, a febre persistente também é indício de uma evolução negativa desses quadros. “Estamos falando daquela febre que não abaixa, mesmo com o uso da medicação, persistente ou que se mantém por mais de três dias”, complementa Cid.

 

Outra doença que seguirá em evidência, ao menos no início da estação, é a dengue. “Como em outras doenças virais, o tratamento é sintomático e a hidratação muito importante. Os pais precisam ficar atentos à mudança no padrão dos sintomas e, caso isso aconteça, buscar novamente o pronto-socorro para reavaliação”, orienta o especialista do São Luiz Morumbi.

 

Localizado na zona Sul da capital paulista, o hospital da Rede D’Or, é um dos mais modernos da América Latina, e conta com pronto-socorro pediátrico 24 horas.

 

Além disso, atenção com o uso de medicamentos. “Não utilizar anti-inflamatório, pois aumenta o risco de sangramentos, uma das principais complicações graves da dengue”, enfatiza Dr. Cid Pinheiro.


 

As principais formas de prevenção das doenças respiratórias são:

 

- Evitar locais fechados e com pouca ventilação;

- Higienizar as mãos;

- Seguir os protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;

- Isolamento social em caso de sintomas;

- Uso de máscara facial;

- Manter a carteirinha de imunização sempre atualizada;

- Atenção com a hidratação.

 

No caso da dengue, que é uma arbovirose, além de eliminar focos de água parada que servem de criadouro para o mosquito transmissor, é essencial adotar barreiras físicas de proteção, como uso de repelentes, roupas compridas e telas nas janelas.

 

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