Cirurgiã plástica
Patrícia Marques explica que uma vez injetado, o PMMA não pode ser retirado
A jornalista e modelo Lygia Fazio não resistiu a um
AVC que sofreu há cerca de 1 mês, quando passava por procedimentos para
retirada de PMMA aplicado nos glúteos, que acabou se espalhando pelo corpo,
causando várias infecções.
Familiares e amigos lamentam a morte e contam a
luta de Lygia para reverter a aplicação do produto realizada há 3 anos. A amiga
e jornalista Meiri Borges relata que Lygia se preocupava com a beleza, como
todas as mulheres, e mesmo após negativa de aplicação pelos médicos, injetou o
PMMA em local clandestino, o que classifica como uma bomba-relógio na vida da
amiga.
O PMMA - ou polimetilmetacrilato - é um material
sintético e, de acordo com a cirurgiã plástica Patrícia Marques, membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só pode ser utilizado em casos
específicos e em pequenas quantidades. No Brasil, o PMMA para preenchimento
subcutâneo precisa ser registrado na Anvisa, pois é um produto de uso em saúde
da classe IV (máximo risco), mesmo assim, a substância atrai cada vez mais
mulheres pela proposta de resultados instantâneos.
Composto por microesferas de um material muito
parecido com um plástico acrílico, o PMMA se espalha pelo tecido da região após
ser aplicado. “O PMMA é bastante procurado por não ser absorvido pelo corpo,
mas pode causar reações imprevisíveis a longo prazo. Ele ‘endurece’ no local
aplicado e pode causar complicações com sequelas irreversíveis, como infecções
crônicas e deformidades”, alerta a cirurgiã.
A especialista explica que uma vez injetado, o PMMA
se espalha pelo tecido e não pode ser facilmente retirado, diferente de uma
prótese de silicone, que pode ser removida a qualquer momento ou a aplicação do
ácido hialurônico, que também é um tipo de preenchimento com muito mais
segurança.
Alternativas melhores
Patrícia Marques esclarece que a bioplastia, também
conhecida como plástica sem bisturi, é um procedimento não cirúrgico que
utiliza substâncias de preenchimento - como o polimetilmetacrilato (PMMA) -
para remodelar áreas da face e do corpo, mas não é a técnica mais segura para
dar volume em qualquer parte do corpo.
As próteses de silicone e a lipoenxertia com a
transferência da gordura para a região onde se deseja mais volume são as
cirurgias mais indicadas. O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do
silicone, principalmente em pacientes que buscam a técnica para aplicação nos
glúteos, como foi o caso de Lygia, porque a dose utilizada nessa região precisa
ser grande, bem maior que a de um simples preenchimento.
A importância do profissional
habilitado
A Anvisa orienta que o produto só pode ser
administrado por profissionais treinados. Para cada paciente, o médico deve
determinar as doses e o número de injeções necessárias, dependendo das
características de cada paciente, das áreas a serem tratadas e do tipo de
indicação.
A Anvisa também esclarece que o produto não é
contraindicado para aplicação nos glúteos para fins corretivos, porém, não há
indicação para aumento de volume, seja corporal ou facial.
“Cabe sempre consultar um profissional médico
credenciado e responsável para avaliar a aplicação de acordo com a correção a
ser realizada e as orientações técnicas de uso do produto”, finaliza Patrícia.
Patrícia Marques - graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem especializações em reconstrução de mama e da face no Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, e no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em NY, EUA. Também é especialista em medicina capilar e referência nacional em frontoplastia e redução de testa com mais de 600 cirurgias realizadas. CRM-SP 146410.Instagram: @dra_patricia_marques
Site: https://www.drapatriciamarques.com.br/
Avenida Moema, 300, conjunto 71, Moema, São Paulo/SP
Telefone: (11) 93206-0079
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