Cuidado com a qualidade de vida da
população começa na atenção
básica, destaca CEJAM
Você
sabe o que faz um Agente Comunitário de Saúde (ACS)? Ele é um dos profissionais
que compõem a equipe multiprofissional nos serviços de atenção básica,
desenvolvendo ações de prevenção e promoção àsaúde.
Conforme definição do Ministério da Saúde, é o ACS
quem realiza a integração dos serviços de saúde da atenção básica com a
comunidade, sustentando o entendimento de que saúde não é “estar doente”,
estando ligada também a fatores físicos, emocionais, psicológicos e ambientais.
Em 1991, a pasta criou o Programa de Agente
Comunitário de Saúde (PACS), para orientar as ações de desenvolvimento no
primeiro nível de atenção à saúde, sendo um braço importante da Estratégia
Saúde da Família (ESF).
“A proximidade facilita o monitoramento da qualidade
de vida do cidadão. Os profissionais são treinados em 360 graus e têm como
principal função avaliar todas as necessidades básicas que dignificam o ser
humano, bem como a comunidade em si. Cada território conta com uma equipe fixa,
que dispõe de escuta e olhar atentos às questões de moradia, condições de
trabalho, educação, lazer, meio ambiente, cultura e alimentação”, explica
Ademir Medina, CEO do CEJAM.
Adriana Macedo, ACS no território atendido pela
Unidade Básica de Saúde (UBS) Cidade Ipava, gerenciada pelo CEJAM -- Centro de
Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da
Saúde de São Paulo, explica que as visitas são realizadas de acordo com a
necessidade do cidadão.
“Um exemplo é a gestante que deixa de fazer o
acompanhamento pré-natal, deixa de vacinar os filhos ou falta em uma consulta,
então, nós, ACS, fazemos esse acompanhamento de saúde e, com base nele,
identificamos essas questões e vamos até o domicílio verificar como atender a
demanda necessária naquele momento”, exemplifica.
Paula Aparecida, também ACS no território Cidade
Ipava, destaca que algumas famílias recebem visitas mensais e, quando
necessário, há revisitas, nas quais o agente segue acompanhado de um
profissional médico, enfermeira ou equipe multidisciplinar, que é composta por
nutricionista, educador físico, assistente social e fisioterapeuta, entre
outras especialidades, de acordo com a patologia.
Agente há 13 anos, Paula conta que, diariamente, lida
com anseios, angústias e conquistas dos moradores locais. “Quando conseguimos
orientar e o paciente absorve o que foi dito, é muito gratificante.”
Adriana, por sua vez, compartilha um caso, em que uma
paciente idosa apresentava um quadro de depressão, porém, se recusava a fazer o
tratamento e não recebia a equipe.
“Aos poucos, com muita insistência, enfim, consegui a
atenção dela, que passou a permitir que eu a visitasse mensalmente.
Conquistando sua confiança a cada visita, pude orientá-la sobre a importância
de ter o acompanhamento adequado para sua saúde mental, até que ela aceitou
realizar uma consulta e fazer exames para, então, iniciar seu tratamento. Por
fim, consegui até mesmo convencê-la a participar do grupo de caminhada”,
comemora a profissional.
Segundo a agente, hoje, a paciente agradece por nunca
ter desistido dela.
As profissionais avaliam que, no dia a dia, o
trabalho pode não ser fácil, pois alguns moradores não querem recebê-las por
acharem que os ACS passam para incomodar, enquanto outros julgam que são
profissionais do governo que ficam andando o dia todo. “Mas, claro, muitas dão
o devido reconhecimento e importância ao nosso trabalho”, pontua.
Para a gerente da UBS Cidade Ipava, Simone Menezes, o
papel do ACS vai muito além de cadastrar e acompanhar famílias. “É criar laços,
é ser empático, é ser o elo entre a comunidade e a unidade básica de saúde. São
profissionais de extrema importância na implementação do sistema único de
saúde.”
Em 2022, os agentes realizaram 2,7 milhões de visitas
domiciliares em São Paulo e 878 mil em Mogi das Cruzes.
Diretrizes para qualificação dos ACS
O PACS visa promover o desenvolvimento pessoal e
profissional dos agentes, por meio de competências profissionais específicas da
categoria, ajustadas às atividades de promoção e vigilância à saúde de famílias
e comunidades:
- Trabalho em equipe;
- Visita domiciliar;
- Planejamento das ações de saúde;
- Promoção da saúde;
- Prevenção e monitoramento de situações de risco e do meio
ambiente;
- Prevenção e monitoramento de grupos específicos;
- Prevenção e monitoramento de doenças crônicas degenerativas e
transmissíveis;
- Acompanhamento e avaliação das ações de saúde.
Conforme prevê a lei, o candidato tem que morar em um dos
bairros da área de abrangência do distrito para o qual se inscreveu. O processo
seletivo tem, além da prova objetiva, o Curso Introdutório de Formação, que é
obrigatório. A capacitação dispõe de 40 horas e o candidato deve registrar 100%
de presença.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
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