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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Entenda o papel do Agente Comunitário de Saúde na promoção e prevenção de doenças

Cuidado com a qualidade de vida da população começa na atenção básica, destaca CEJAM

 

Você sabe o que faz um Agente Comunitário de Saúde (ACS)? Ele é um dos profissionais que compõem a equipe multiprofissional nos serviços de atenção básica, desenvolvendo ações de prevenção e promoção àsaúde.

Conforme definição do Ministério da Saúde, é o ACS quem realiza a integração dos serviços de saúde da atenção básica com a comunidade, sustentando o entendimento de que saúde não é “estar doente”, estando ligada também a fatores físicos, emocionais, psicológicos e ambientais.

Em 1991, a pasta criou o Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS), para orientar as ações de desenvolvimento no primeiro nível de atenção à saúde, sendo um braço importante da Estratégia Saúde da Família (ESF).

“A proximidade facilita o monitoramento da qualidade de vida do cidadão. Os profissionais são treinados em 360 graus e têm como principal função avaliar todas as necessidades básicas que dignificam o ser humano, bem como a comunidade em si. Cada território conta com uma equipe fixa, que dispõe de escuta e olhar atentos às questões de moradia, condições de trabalho, educação, lazer, meio ambiente, cultura e alimentação”, explica Ademir Medina, CEO do CEJAM.

Adriana Macedo, ACS no território atendido pela Unidade Básica de Saúde (UBS) Cidade Ipava, gerenciada pelo CEJAM -- Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, explica que as visitas são realizadas de acordo com a necessidade do cidadão.

“Um exemplo é a gestante que deixa de fazer o acompanhamento pré-natal, deixa de vacinar os filhos ou falta em uma consulta, então, nós, ACS, fazemos esse acompanhamento de saúde e, com base nele, identificamos essas questões e vamos até o domicílio verificar como atender a demanda necessária naquele momento”, exemplifica.

Paula Aparecida, também ACS no território Cidade Ipava, destaca que algumas famílias recebem visitas mensais e, quando necessário, há revisitas, nas quais o agente segue acompanhado de um profissional médico, enfermeira ou equipe multidisciplinar, que é composta por nutricionista, educador físico, assistente social e fisioterapeuta, entre outras especialidades, de acordo com a patologia.

Agente há 13 anos, Paula conta que, diariamente, lida com anseios, angústias e conquistas dos moradores locais. “Quando conseguimos orientar e o paciente absorve o que foi dito, é muito gratificante.”

Adriana, por sua vez, compartilha um caso, em que uma paciente idosa apresentava um quadro de depressão, porém, se recusava a fazer o tratamento e não recebia a equipe.

“Aos poucos, com muita insistência, enfim, consegui a atenção dela, que passou a permitir que eu a visitasse mensalmente. Conquistando sua confiança a cada visita, pude orientá-la sobre a importância de ter o acompanhamento adequado para sua saúde mental, até que ela aceitou realizar uma consulta e fazer exames para, então, iniciar seu tratamento. Por fim, consegui até mesmo convencê-la a participar do grupo de caminhada”, comemora a profissional.

Segundo a agente, hoje, a paciente agradece por nunca ter desistido dela.

As profissionais avaliam que, no dia a dia, o trabalho pode não ser fácil, pois alguns moradores não querem recebê-las por acharem que os ACS passam para incomodar, enquanto outros julgam que são profissionais do governo que ficam andando o dia todo. “Mas, claro, muitas dão o devido reconhecimento e importância ao nosso trabalho”, pontua.

Para a gerente da UBS Cidade Ipava, Simone Menezes, o papel do ACS vai muito além de cadastrar e acompanhar famílias. “É criar laços, é ser empático, é ser o elo entre a comunidade e a unidade básica de saúde. São profissionais de extrema importância na implementação do sistema único de saúde.”

Em 2022, os agentes realizaram 2,7 milhões de visitas domiciliares em São Paulo e 878 mil em Mogi das Cruzes.


Diretrizes para qualificação dos ACS

O PACS visa promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos agentes, por meio de competências profissionais específicas da categoria, ajustadas às atividades de promoção e vigilância à saúde de famílias e comunidades:

  • Trabalho em equipe;
  • Visita domiciliar;
  • Planejamento das ações de saúde;
  • Promoção da saúde;
  • Prevenção e monitoramento de situações de risco e do meio ambiente;
  • Prevenção e monitoramento de grupos específicos;
  • Prevenção e monitoramento de doenças crônicas degenerativas e transmissíveis;
  • Acompanhamento e avaliação das ações de saúde.

Conforme prevê a lei, o candidato tem que morar em um dos bairros da área de abrangência do distrito para o qual se inscreveu. O processo seletivo tem, além da prova objetiva, o Curso Introdutório de Formação, que é obrigatório. A capacitação dispõe de 40 horas e o candidato deve registrar 100% de presença.

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”

 

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