Tumores de fígado,
esôfago, cabeça e pescoço têm relação direta com o alcoolismo e reforçam apelo
para o controle dos hábitos no Carnaval
A data mais alegre do ano para os brasileiros é
cercada de alertas ligados à saúde. O Carnaval é um momento de descontração, em
que muitas vezes negligenciamos alguns hábitos e assumimos algumas práticas que
podem se tornar permanentes ao longo da vida. O consumo de álcool nessa época
do ano tende a aumentar, assim como o tabagismo e pode desencadear um ciclo
vicioso entre as pessoas. O cigarro é a maior causa evitável de morte no
mundo e responsável por aumentar de 5 a 25 vezes o risco de desenvolvimento de
cânceres nas pessoas que fumam. Já o álcool, pode aumentar de 5 a 6 vezes o
risco de câncer. Quando associados, esses hábitos se tornam
ainda mais nocivos e responsáveis pelo desenvolvimento de tumores no fígado, no
esôfago, na cabeça e no pescoço. Para se ter uma ideia, um estudo, publicado
pela revista The Lancet Oncology, aponta que o álcool foi responsável por
cerca de 740 mil tumores no mundo apenas em 2020. Isso significa que mais de 4%
dos cânceres globais se devem à ingestão de bebidas alcoólicas, sendo,
portanto, totalmente evitáveis e passíveis de prevenção.
Hábitos de vida saudáveis têm sido cada vez mais
recomendados por médicos como forma de prevenir uma série de doenças.
Alimentação balanceada e atividade física regular fazem parte desse combo que
nos leva à fórmula da vitalidade. David Pinheiro, oncologista do Grupo SOnHe,
reforça a importância dessas práticas ao longo da vida e pede atenção ao
período de Carnaval. Embora sejam apenas cinco dias, as práticas adotadas podem
representar muito futuramente. “A gente sabe que o fumante desenvolve o hábito
em algum momento da vida. O Carnaval pode ser esse gatilho tanto para o cigarro
quanto para o álcool. O que começa como uma brincadeira pode se tornar um vício
futuramente”, explica.
Sexo seguro: uma necessidade
O período de festa também traz a preocupação com o
sexo desprotegido, que pode desencadear não apenas as Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST), mas também outros tipos de tumores ligados à prática do
sexo oral, como os de cabeça e pescoço. Para se ter uma ideia, esse tipo de
câncer é o terceiro mais frequente no Brasil entre homens e mulheres, sendo
transmitido pelo vírus HPV. “Nesse caso, temos um apelo ainda mais forte ligado
à prevenção pela vacina. A imunização já existe na rede pública, faz parte do calendário
anual e é voltada para crianças e adolescentes”, explica David que ainda
reforça a importância da vacina para erradicação dos tipos de cânceres
provocados pelo HPV, como o do colo do útero, de vagina, vulva, ânus, pênis e
garganta.
O câncer relacionado ao HPV apresenta algumas diferenças se comparado aos relacionados ao cigarro e bebidas alcoólicas. “Geralmente ocorre em pessoas mais jovens, os tumores primários são menores e apresentam maiores chances de cura. Uma das formas de contaminação é o sexo oral desprotegido, por isso a importância do uso de preservativo durante essa prática sexual”, explica o oncologista.
Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário