Ao contrair catapora na infância, o organismo luta contra o vírus varicela-zóster e os sintomas se dissipam, porém, o patógeno permanece dentro do corpo dormente. Quando se atinge a idade adulta, pode ocorrer situações que desencadeie a manifestação do vírus, desta vez na forma do herpes-zóster.
A
médica e diretora da Clínica de Vacinas Salus Imunizações Dra. Marcela
Rodrigues explica que o herpes-zóster é uma infecção viral caracterizada por um
surto doloroso ou com uma incômoda ardência de erupção cutânea, ou bolhas na
pele. A erupção tende a se manifestar como uma série de lesões cutâneas numa
parte específica do corpo.
Quem corre o risco de contrair herpes-zóster?
As
pessoas que tiveram catapora com maior probabilidade de desenvolver
herpes-zóster incluem:
Com
um sistema imunológico enfraquecido (como pessoas com câncer, HIV, receptores
de transplante de órgãos, aqueles que recebem quimioterapia ou que possuem a
saúde debilitada).
Acima
de 50 anos.
Quem
esteve doente.
Que
passaram por traumas.
Quem está sob estresse.
O
vírus da catapora não sai do corpo depois que você tem catapora. Em vez disso,
o vírus permanece em uma parte da raiz do nervo espinhal chamada gânglio da
raiz dorsal. Para a maioria das pessoas, o vírus fica lá quieto e não causa
problemas. Os pesquisadores nem sempre sabem ao certo por que o vírus é
reativado, mas isso geralmente ocorre em momentos de estresse.
“As
erupções podem se manifestar mais de uma vez. Um dos maiores mitos é que só
pode acontecer uma vez. Isso não é verdade. Você pode ter mais de um episódio.
Se você tiver herpes-zóster novamente, geralmente só não terá a erupção no
mesmo lugar.” comenta a Dra. Marcela Rodrigues.
Herpes-zóster é contagiosa?
O
herpes-zóster não é uma doença muito contagiosa, mas o vírus varicela-zóster
pode ser transmitido através do contato direto com as lesões da pele da pessoa
infectada. Em casos mais raros, o vírus também pode ser transmitido por
secreções respiratórias. Para evitar, recomenda-se não ter contato com as
lesões do infectado.
Posso me vacinar contra o herpes-zóster e prevenir as complicações?
Até
meados de 2022, a única vacina disponível para prevenir o herpes-zóster no
Brasil era a Zostavax® (Merck), de vírus vivos atenuados, administrada em dose
única e licenciada a partir de 50 anos.
Em junho de 2022 chegou a Shingrix® (GSK), vacina
inativada, administrada em duas doses, indicada para adultos com 50 anos ou
mais, e pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos.
A eficácia da Shingrix® é superior a 90% na
prevenção do herpes-zóster.
A Shingrix® é utilizada nos Estados Unidos, tendo
sido aprovada em 2017. A vacina também é aprovada na União Européia, Reino
Unido, Canadá, Japão, China, Austrália, Nova Zelândia e Singapura.
O esquema de doses para essa vacina é de duas doses com intervalo de 2-6 meses.
A
vacina é indicada mesmo para quem que já teve a doença. Nesse caso, deve-se
aguardar 6 meses entre o quadro agudo e a aplicação da vacina.
Para aqueles que já tem a vacina do herpes-zóster Zostavax®, deve-se respeitar um intervalo mínimo de 2 meses para tomar a Shingrix®.
“Vacinar-se
é uma das maneiras mais eficientes de se proteger contra doenças. Além de
cuidar da sua saúde, ao se vacinar você também está contribuindo para a saúde
de quem você ama, pois evita o surgimento e/ou a proliferação de doenças. Seja
consciente e vacine-se!” Finaliza a Dra. Marcela Rodrigues.
Marcela Rodrigues - Diretora da Salus Imunizações. Médica com graduação e residência em dermatologia pela faculdade ciências médicas de Santos, atuando há 25 anos na área da saúde.
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