No mês de conscientização da doença ocular da tireoide
(DOT), a associação de pacientes Crônicos do
Dia a Dia (CDD) chama atenção para a condição
que é rara, crônica e progressiva, também conhecida como orbitopatia
de Graves ou oftalmopatia de Graves.[1,2,3]. Voltada para a
sociedade, a iniciativa #OOlharDizTudo vai projetar fotos e
vídeos das pessoas que compartilharem seus olhos nas redes sociais usando a hashtag,
estampando diversos espaços do Shopping Cidade São Paulo,
localizado na Avenida Paulista, a partir das 18 horas, nos dias 25
e 26. Durante os dias da campanha, inúmeros olhares serão
exibidos nos 20 painéis de LED do shopping. A ação tem o apoio institucional da
Horizon Therapeutics.
“Quem quiser participar da ação, basta postar uma
foto ou um vídeo dos olhos usando a hashtag #OOlharDizTudo
-- depois, é só conferir no telão. O objetivo da iniciativa é elevar a
conscientização a respeito da DOT, uma condição grave que pode, em alguns
casos, levar à cegueira. Precisamos aumentar as informações sobre esta doença
que ainda é pouco conhecida e, infelizmente, subdiagnosticada”, explica Bruna
Rocha, gerente geral da CDD.
A DOT é uma doença autoimune, em que o sistema
imunológico ataca o próprio tecido muscular e adiposo atrás dos olhos, causando
inflamação (vermelhidão e inchaço) e formação de tecido cicatricial. Trata-se
de uma condição extremamente heterogênea, ou seja, os sintomas podem variar de
paciente para paciente e evoluir de maneira leve, moderada ou severa.
Alguns dos principais sinais e sintomas são olhos
arregalados (retração palpebral) e saltados (proptose), além de ressecamento e
dor, visão dupla (diplopia), olhos desalinhados ou que não se movem juntos,
sensibilidade à luz, vermelhidão, inchaço e lacrimejamento excessivo.[2] A
doença tem um impacto social relevante. Ela está associada a efeitos
psicológicos e emocionais significativos, que comprometem, consideravelmente, o
bem-estar de quem convive com a patologia.
Não é incomum a DOT ser associada à doença de Graves,
a causa mais comum de hipertireoidismo, um problema na tireoide (glândula que
regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os
rins), que se caracteriza pela produção desordenada dos hormônios T3
(triiodotironina) e T4 (tiroxina). Aproximadamente um terço dos pacientes com
doença de Graves apresentam algum sinal e/ou sintoma nos olhos, o que explica o
nome da enfermidade.[2,4] Embora a maioria dos pacientes com
DOT (90%) tenha hipertireoidismo concomitante, a DOT também pode ocorrer em
pacientes com a tireoide normal ou com hipotireoidismo, quando há queda na
produção dos hormônios T3 e T4 (10% dos casos).[5]
Assim como em todas as condições raras, o diagnóstico
precoce da DOT é essencial para um melhor manejo da doença. Ele é clínico,
feito por meio de um exame detalhado com médico oftalmologista especialista em
cirurgia plástica ocular. É possível complementar a investigação com exames de
sangue para avaliar a função tireoidiana e de imagem. A tomografia
computadorizada ou ressonância nuclear magnética podem fornecer informações
mais precisas, por exemplo. O cuidado adequado traz benefícios para quem convive
com DOT e reduz o impacto da patologia. Diante de qualquer suspeita, é
recomendado procurar por um endocrinologista ou um oftalmologista para mais
orientações.
Para outras informações sobre a iniciativa #OOlharDizTudo
e a doença ocular da tireoide, acesse link
Sobre a Crônicos do Dia a Dia
Associação Crônicos do Dia a Dia nasceu para tornar a
vida das pessoas que convivem com doenças crônicas melhor. Acreditamos que a
#InformaçãoÉOMelhorRemédio e, por meio da internet, buscamos espalhar
conhecimento de qualidade que possa alcançar as mais diversas pessoas. É
através dessa conscientização que queremos mudar o mundo. Vem com a gente?!
Referências
[1] Wang Y, Patel A, Douglas RS. Thyroid Eye Disease: How A Novel Therapy May Change The Treatment Paradigm. Ther Clin Risk Manag. 2019;15:1305-1318. doi:10.2147/TCRM.S193018.
[2] Barrio-Barrio J, Sabater AL, Bonet-Farriol E, Velázquez-Villoria Á, Galofré JC. Graves’ ophthalmopathy: VISA versus EUGOGO classification, assessment, and management. J Ophthalmol. 2015;2015:249125.
[3] Link. Acesso em 27/07/2022; 2.Ther Adv Ophthalmol 2021, Vol. 13: 1--14 DOI: 10.1177/ 25158414211027760
[4] Weightman DR, et al. Autoantibodies to IGF-1 binding sites in thyroid associated ophthalmolpathy. Autoimmunity. 1993; 16(4):251--257.
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