Acolhimento
é feito por agentes treinadas do Bem Querer Mulher e está acontecendo nas delegacias de Vila Mariana, Jaguaré, Freguesia do Ó e
Vila Carrão.
Apoio
às mulheres em momento de grande dor gera relatos mais precisos e melhor
encaminhamento policial e jurídico para os casos
Neste mês, em que
se comemora o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, as vítimas
de violência que procuram a polícia contam agora com apoio e acolhimento de
agentes treinadas do Programa Bem Querer Mulher em 4 Delegacias de Defesa da
Mulher (DDMs), de diferentes regiões de São Paulo. Além da 3ª DDM, no Jaguaré
(zona oeste), o trabalho ampliou a sua operação para a 2ª DDM (Vila Mariana,
zona sul), 4ª (Freguesia do Ó, zona norte) e 5ª DDM
(Vila Carrão, zona leste).
O acolhimento
humanizado realizado pelas agentes treinadas pelo Bem Querer Mulher para esta
primeira escuta contribui para que as vítimas se sintam apoiadas, para assim,
mais calmas, conseguirem contar a sua história de maneira mais organizada e
precisa. Essa iniciativa é inédita no Brasil. A
primeira experiência ocorreu em Embu e inspirada no trabalho da agente social
Tatiana Costa.
A iniciativa de
ter agentes do Bem Querer Mulher em DDMs foi elaborada em colaboração com a The Caring Family Foundation, uma organização
britânica fundada por Richard e Patricia
Caring, que, desde 2020, apoia financeiramente o Bem Querer Mulher, e, juntos,
projetaram a Casa Bem Querer Mulher.
Em
parceria com a The Caring Family Foundation, o Bem Querer Mulher apoiou
individualmente mais de 2.000 mulheres e realizou mais de 10.000 serviços psicológicos, jurídicos e sociais. Agora recebeu
financiamento adicional para estender o apoio ao trabalho nas DDMs.
As agentes que
atuam nas delegacias são assistentes sociais e passam por formação inicial, com
participação em palestras, workshops e treinamentos disponibilizados para toda
a equipe da Casa. O processo e o protocolo de atendimento inicial às vítimas,
chamado de Acolhimento, é o mesmo feito na Casa às mulheres que buscam ajuda.
“As vítimas
chegam bastante abaladas às Delegacias de Defesa da Mulher, muitas vezes
sozinhas e com muita dificuldade de entender e relatar o que aconteceu com
elas”, explica Heloisa Melillo, Coordenadora Geral do Bem Querer Mulher,
programa referência, desde 2004, no combate à
violência de gênero e intrafamiliar no Brasil.
“Um relato mais
preciso gera um boletim de ocorrência mais correto, as informações dos pedidos
de medidas protetivas são colocadas com sua gravidade e pertinência. Isso
aumenta a chance de um pedido ser considerado procedente pelo juiz que fará a
análise”, explica Heloísa. Além de apoiar as vítimas, a iniciativa é um suporte
importante aos profissionais das delegacias, reforçando o objetivo do Bem
Querer Mulher de fortalecer parcerias com o poder público.
Após os
procedimentos da denúncia e solicitações realizadas na DDM, a vítima é
encaminhada para atendimento na Casa Bem Querer Mulher, na zona oeste de São
Paulo, se assim desejar. “Na Casa, temos um atendimento humanizado, integral e
multidisciplinar, com assistência social, psicológica, jurídica, conexão com o
sistema de justiça, com o acompanhamento de cada caso”, detalha Heloísa.
Acolhimento
360º para tema urgente
O trabalho de
atendimento às vítimas da violência de gênero e intrafamiliar tornou-se ainda
mais urgente na pandemia de Covid-19.
De acordo com
pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 1 em cada
quatro mulheres (24,4%) acima de 16 anos afirmou ter sofrido algum tipo de
violência física, psicológica ou sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa, no
período da pandemia. São 17 milhões de mulheres. A
pesquisa ouviu 2.079 pessoas, entre
homens e mulheres, em 130 municípios brasileiros, entre 10 e 14 de maio de
2021.
“Essas
estatísticas são angustiantes e demonstram a importância de fornecer apoio a mulheres fugindo da violência doméstica. Temos que fazer todo o possível para
pôr um fim à violência doméstica no nosso país e, até lá, devemos nos assegurar
de que as mulheres estejam cientes do apoio especializado disponível e de como
acessá-lo”, diz Patricia Caring.
“Além do apoio
às vítimas, o Bem Querer Mulher atua na prevenção desta violência, seja na
educação de jovens por meio do projeto Se Liga, Moçada, seja em um grande
trabalho de articulação comunitária para conscientização das mulheres sobre os
diferentes tipos de violência e como buscar apoio”, acrescenta João Francisco
Santos, fundador e presidente do Bem Querer Mulher.
O Bem Querer
Mulher visita, de forma cotidiana, diferentes comunidades em São Paulo para
levar informações às mulheres. Para buscar ajuda, as mulheres precisam identificar,
primeiramente, que são vítimas de diferentes tipos de violência e não apenas da
violência física. O trabalho de articulação comunitária é feito em parceria com
organizações locais, além de centros de atendimento de saúde e assistência
social.
O foco no
acolhimento 360º, único no Brasil, também inclui a atuação do Bem Querer Mulher
na inserção destas mulheres no mundo do trabalho e autonomia financeira, com
cursos de formação humana e profissional, além de conexão com empresas. Em
2022, foram realizadas a quinta e a sexta turmas do curso. Já foram formadas
cerca de 100 mulheres.
O programa
também está dentro de empresas que têm o enfrentamento à violência como pauta.
“A solução passa por uma participação de toda a sociedade. Além do trabalho de
atendimento e prevenção, o Bem Querer Mulher atua para comunicar e sensibilizar
para o problema. É essencial gerar a mobilização de todos”, completa Santos.
Sobre
a The Caring Family Foundation
A The Caring
Family Foundation (TCFF) foi criada por Richard & Patricia Caring para
abordar questões que os tocam muito profundamente. A visão da The Caring Family
Foundation é que tenhamos um mundo sem fome, danos e dor, onde mulheres e
crianças consigam prosperar. A missão da Fundação é trabalhar para esse mundo
por meio de apoio prático para garantir que todas as crianças tenham acesso a
uma refeição nutritiva, todas as mulheres sejam livres para fazer suas próprias
escolhas sem violência e que as comunidades da floresta tropical possam se
desenvolver lado a lado com a natureza à medida que o desmatamento é revertido.
Por meio de parcerias e colaborações estratégicas, a Fundação financia projetos
no Reino Unido e no Brasil, a terra natal de Patricia Caring. A TCFF forneceu
1,9 milhão de refeições em ambos os países nos últimos dois anos, além de apoio
prático e tranquilidade para famílias que, de outra forma, passariam fome. Além
disso, a TCFF oferece amplo apoio holístico a mulheres e crianças que sofreram
violência doméstica no Brasil e continuam a reconstruir suas vidas. A Fundação
está prestes a concluir o plantio de um milhão de árvores na floresta tropical
brasileira até o final deste ano e pretende atingir dois milhões de árvores
plantadas até março de 2024 para enfrentar a emergência climática global que
afeta a todos nós.
Sobre
o Bem Querer Mulher
O Bem Querer
Mulher, programa do Instituto para o Desenvolvimento Sustentável (Indes),
surgiu em 2004, antes mesmo da promulgação da Lei Maria da Penha, tornando-se
referência no trabalho de enfrentamento à violência de gênero e intrafamiliar
no Brasil. O programa alia pioneirismo à capacidade de inovar diante da
complexidade do tema. Desde 2020, a iniciativa tem como principal mantenedora a
britânica The Caring Family Foundation.
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