Com expectativa de
vida mais elevada, identificar e combater a dor nos cães é papel essencial para
o bem-estar destes animaisFoto por wombatzaa em freepik
O manejo de dor na medicina veterinária está
intimamente relacionado à qualidade de vida do pet, principalmente quando
pensamos nos animais mais idosos. A expectativa de vida mais elevada destes
animais traz consigo uma maior probabilidade do surgimento de doenças e outras
condições que são quase sempre acompanhadas de dor e desconforto.
“Quando não é tratada de maneira adequada, a dor
promove alterações fisiológicas importantes no animal, como o aumento de sua
pressão arterial, da frequência cardíaca e da frequência respiratória. Ao mesmo
tempo, o estresse promovido pela dor reflete em mudanças comportamentais que
nem sempre são associados ao problema, como o isolamento, prostração, latidos
ou uivos excessivos e a agressividade”, conta a médica-veterinária Tais Motta
Fernandes, gerente de produtos da Avert Saúde Animal.
Reconhecer a dor no pet nem sempre é tarefa
simples, principalmente quando os tutores passam boa parte do tempo fora de
casa, no trabalho ou lidando com outros afazeres importantes. Quase sempre os
sinais iniciais de dor são subestimados, por isso é importante entender quais
são eles:
Isolamento: cães que estão com dor apresentam comportamento antissocial e evitam
contato físico com visitas e outros animais, podendo até mesmo evitar os
tutores.
Redução do apetite: se a comida/ração não é mais atrativa para o pet pode ser um sinal de
dor que pode estar acometendo diferentes regiões, desde doenças dentárias e
desconforto estomacal até mesmo dificuldade em se locomover até o seu pote de
ração.
Constipação: situações de dor podem atrapalhar o pet no momento de defecar, fazendo
com que ele evite se colocar na postura apropriada para tal.
Lambedura excessiva: é normal que o cão se limpe através da lambida, mas quando ele passa a
lamber compulsivamente alguma região do corpo pode ser sinal de dor ou
desconforto na região.
“É muito importante que o tutor conheça o seu pet,
a personalidade e como ele age naturalmente no dia a dia. Assim fica mais fácil
observar as mudanças de comportamento que podem ser muito sutis, mas que são
muito importantes inclusive para o diagnóstico correto de algumas patologias
pelo médico-veterinário”, Tais acrescenta.
A profissional também relata que as principais causas de dor nos pets mais velhos são relacionadas às neoplasias, processos inflamatórios e problemas nas articulações.
A importância do alívio da dor
A dor é um sintoma de que algo não está bem com o
animal, por isso, é muito importante que a causa seja identificada e tratada de
maneira rápida e adequada, e a dor deve ser sempre combatida visando o seu
alívio e jamais deve ser “tolerada” quando reconhecida.
“Quando a origem da dor não recebe o tratamento
adequado e a dor não cessa, ela passa a ser uma condição crônica que interfere
negativamente na qualidade de vida do pet à curto, médio e longo prazos”,
alerta. “Além disso, o controle da dor traz benefícios psicológicos e
sistêmicos ao animai, auxiliando na sua recuperação”.
A utilização de fármacos para o controle da dor é o
primeiro passo e deve sempre seguir as orientações do médico-veterinário, que
muitas vezes combina diferentes classes de medicamentos para um melhor efeito.
Mas o tutor precisa estar atento quanto ao tipo de remédio, forma de
administração e periodicidade.
“Muitos tutores sentem dificuldade neste momento de
administrar comprimidos ou outras medicações orais para os cães, principalmente
porque alguns animais não deixam que encoste em sua boca, cospem a medicação ou
simplesmente não comem o comprimido camuflado na comida ou petiscos. Estes
percalços acabam atrapalhando a frequência do tratamento e é algo que as
empresas farmacêuticas vêm trabalhando ao longo dos anos, com o intuito de
facilitar este processo”, relata a profissional.
De acordo com Tais, tem sido cada vez mais comum
encontrar no mercado formulações com medicações compostas, que reduzem a
quantidade de comprimidos que os tutores precisam dar aos cães, “É importante
que o médico-veterinário esteja sempre atento à essas mudanças e inovações do
mercado para indicar a melhor prática aos seus pacientes e tutores, e obter
mais sucesso em todo o tratamento”, finaliza.
Avert Saúde Animal
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