Saiba quais são as possibilidades de tratamento
No país, casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG)
cresceram entre crianças e adolescentes de 5 a 12 anos de idade, segundo o
boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado dia 2 de
setembro. E dentre os patógenos responsáveis pelo aumento dessa síndrome está o
Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que acomete bebês e crianças, sendo comum
nas estações de outono e inverno e em meses chuvosos.
De acordo com o médico pediatra e professor mestre Bruno Leandro
de Souza, do curso de Medicina
do Unipê, o vírus causa a maioria das infecções do trato respiratório em
crianças, sobretudo no primeiro ano de vida. O VSR pode culminar em pneumonia e
bronquiolite nessa faixa etária.
“A maior transmissibilidade se dá pelo contato direto com a pessoa
doente. Porém, como o vírus permanece vivo no ambiente fora do corpo humano por
até seis horas, também pode haver transmissão pelo contato indireto pelos
objetos ou utensílios contaminados”, diz o professor, que é coordenador do
Internato de Pediatria do Unipê.
Sintomas e sinais
Inicialmente, a criança ou o bebê pode ter tosse leve, congestão
nasal e coriza até febre. Após 48 horas do início do quadro a tosse tende a
ficar mais intensa, segundo Bruno. “Em algumas crianças, sobretudo nas pequenas
e nos bebês, pode haver sinais de dificuldade para respirar ou até deglutir.
Nos casos mais graves, pode haver cianose (pelo de cor arroxeada) e sinais de
que há grande esforço para respirar”, cita.
Caso a criança venha a ter o VSR, o caminho é observar sinais de
gravidade, como cianose, esforço respiratório e dificuldade para manter a
alimentação adequada e oferecer hidratação e repouso. Medicamentos são
indicados para casos específicos. “Se a criança tem sinais de gravidade ou
menor de três meses, recomendo ida imediata ao pediatria ou médico de
urgência”, atenta Bruno.
Tratamentos
Para os casos leves, Bruno diz que o mais importante é hidratar a
criança, deixa-la em repouso e sempre usar lenço e lavar as mãos quando ocorrer
tosse e espirro. Já o tratamento para casos mais graves dependerá do quadro
clínico da criança. Os riscos de doença mais grave são maiores para
recém-nascidos e crianças de até um ano, principalmente até os três meses de
vida.
“Em casos de pneumonias, pode haver infecção oportunista por
bactérias e neste caso está indicado uso de antibióticos. Nos casos de
bronquiolite, hidratação é fundamental. Não há tratamento específico para o
VSR. Em casos de muita gravidade, o que é mais raro, pode ser necessário
tratamento em unidade de terapia intensiva (UTI).”
Se sua criança ou seu bebê estiver com a doença, a lavagem nasal é
um importante aliado na remoção de secreções e desobstrução. Antitérmicos
aliviam os sintomas trazidos pelo aumento da temperatura, geralmente
acompanhada de dor, fadiga e mal-estar. “A inalação pode ser útil de uma forma
geral para auxiliar a lavagem nasal. A utilização se dá conforme cada caso após
avaliação médica”, reforça Bruno.
Para
prevenir a criança contra o VSR é necessário entender como ocorre a transmissão
dele. Então a sugestão de Bruno é evitar contato direto com pessoas
sintomáticas, deixar os ambientes internos com ventilação corrente e orientar
boas práticas de higiene a todos.
Unipê
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