Com o mesmo princípio ativo e eficácia, opção pode gerar economia de até 50% ao consumidor final se comparada com medicamentos de referência
Remédios
genéricos já representam 60% das vendas no Brasil, mas ainda há quem coloque em
xeque a qualidade
Quem nunca se perguntou por que os remédios genéricos são mais baratos levante a mão. Quando surgiram com força no começo do milênio, ninguém imaginaria que o principal objetivo seria motivo de dúvidas e desconfiança. Sim, os remédios genéricos existem como opções mais acessíveis para a população. Mas certamente você conhece alguém que use isso como argumento para gerar desconfiança sobre a qualidade e eficácia. Em tempos de fake news então… Óbvio que existem motivos para que os genéricos sejam mais baratos que os medicamentos de referência. E nós vamos mostrar quais são.
A farmacêutica Francielle Mathias, do Consulta Remédios, reforça que a ação dos remédios genéricos é a mesma dos medicamentos de referência e que eles podem custar até 50% menos que os medicamentos de marca.
"Os genéricos têm características iguais e devem produzir o mesmo efeito que medicamentos de marca (referência). Além disso, passam por testes rígidos para garantir sua qualidade e eficácia. Por isso são aprovados em testes de bioequivalência e biodisponibilidade apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)."
Apesar de volta e meia ainda
surgir o "se são iguais, por que são mais baratos?" envolto em uma
nuvem de desconfiança, o percentual de remédios genéricos vendidos no Brasil já
supera 60% do total de vendas, segundo dados da Anvisa. Uma realidade muito
próxima de Estados Unidos e União Europeia, por exemplo.
Mas, afinal, porque os remédios genéricos são mais baratos?
Francielle Mathias explica que há dois motivos principais: os investimentos em estudos clínicos e a publicidade. "Em geral, os medicamentos genéricos são mais baratos pois neles não estão incluídos custos relacionados à pesquisa para desenvolvimento de seu princípio ativo (fármaco). Além disso, como não possuem marca, não há gastos com propagandas, resultando no barateamento do produto."
"Por isso é tão importante
reforçarmos que o fato de os remédios genéricos chegarem por valores mais
baixos ao consumidor final não tem nenhuma relação com a ação esperada do
medicamento", completa a farmacêutica Francielle Mathias, do Consulta
Remédios.
Aval da Anvisa e menor custo
Para chegar ao mercado, os medicamentos genéricos são submetidos a rigorosos testes pela Anvisa. Por sua vez, a agência garante que o medicamento tem a mesma qualidade e eficácia que o de marca. Por isso - e com orientação médica -, o genérico pode substituir o medicamento de referência.
Entre as vantagens apontadas
pela Anvisa estão a disponibilidade de medicamentos de 35% a 50% mais baratos
que o medicamento de marca, a possibilidade de concorrência e a facilidade de
acesso a remédios com qualidade, segurança e eficácia certificadas pela Anvisa.
Diferenças entre medicamentos genéricos, de referência e similares intercambiáveis
Entender as diferenças entre os diferentes tipos de medicamentos é um passo importante para desfazer desinformações existentes.
A farmacêutica Francielle Mathias explica as diferenças entre medicamentos genéricos, de referência e similares.
"Os genéricos são aqueles
que não têm nome comercial e são vendidos a partir de seu princípio ativo.
Apresentam o mesmo princípio ativo, forma farmacêutica e devem ser
administrados pela mesma via que o medicamento de referência. Já o medicamento
de referência é o que envolve uma fórmula inovadora. Ou seja, um remédio novo
registrado no país. O laboratório desenvolvedor da fórmula ganha o direito de
exclusividade de comercialização durante o período de patente - que dura entre
10 e 20 anos. Por fim, o medicamento similar intercambiável é aquele que possui
os mesmos princípios ativos, forma farmacêutica, via de administração,
posologia, indicação terapêutica e dose que o medicamento referência. Porém,
pode ser diferente do remédio de referência no tamanho e forma do produto,
prazo de validade, embalagem, rotulagem e excipientes."
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