No Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, Hospital Paulista alerta para os desafios enfrentados por surdos no dia a dia
A Organização das
Nações Unidas (ONU) estima que 10% da população mundial tenha algum tipo de
deficiência. Trata-se de milhões de pessoas com algum impedimento de longo
prazo, ocasionados por natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que
impeça sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdade de
condições.
O Dia Internacional da
Pessoa com Deficiência, lembrado em 3 de dezembro, tem como objetivo
conscientizar a sociedade sobre a desigualdade de oportunidades e outros
problemas enfrentados por estes cidadãos, além de celebrar as conquistas
realizadas ao longo dos anos.
Nesse contexto, os
especialistas do Hospital Paulista José Ricardo Gurgel Testa
(otorrinolaringologista) e Sabrina Figueiredo (fonoaudióloga) destacam os
desafios enfrentados por deficientes auditivos no dia a dia. "Para
haver uma inclusão mais ampla das pessoas surdas com a sociedade, é necessário
proporcionar uma comunicação integrada e clara a este público", explica a
fono.
Conforme a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 bilhão de pessoas contam com algum grau de
deficiência auditiva. A estimativa é que até 2050 este número chegue a 2,5
bilhões em todo o mundo.
De acordo com Sabrina,
a inclusão pode ser realizada por meio da inserção de legendas em conteúdos
como filmes, plataformas educativas, propagandas ou vídeos que circulem em
redes sociais; da participação constante de intérpretes de Libras (Língua
Brasileira de Sinais); e do apoio às famílias dos pacientes, principalmente as
de crianças com algum grau de deficiência auditiva aguda.
"A Libras é a
segunda língua oficial do Brasil. É importante que as famílias tenham acesso a
ferramentas e estejam preparadas para lidar com as crianças, aprendendo a
linguagem que poderá ser utilizada na escola, faculdade e depois no
trabalho."
Legislação e inclusão
As instituições também
devem estar preparadas para receber as pessoas com necessidades especiais. Cada
forma e grau de deficiência requer adaptações específicas em estabelecimentos e
ambientes.
Da mesma forma que um
local com escadas e sem elevadores/rampas pode ser conflituoso para um
cadeirante, um ambiente sem sinalização ou profissionais de Libras pode trazer
muitos desafios para o deficiente auditivo, impedindo até que ele interaja com
as outras pessoas.
No mercado de
trabalho, por exemplo, a Lei nº 8.213/1991, conhecida como Lei de Cotas, prevê
uma série de medidas com o objetivo de inserir e integrar pessoas com
deficiência no mercado de trabalho. Empresas a partir de 100 colaboradores têm
a obrigação de empregar uma parcela de pessoas com algum grau de deficiência. A
cota mínima varia entre 2% e 5%, dependendo do total de trabalhadores da
empresa.
Para Dr. Testa, as
empresas devem se preocupar em não apenas empregar a pessoa com deficiência,
mas também integrá-la à companhia, respeitando suas dificuldades e promovendo
suas potencialidades.
"Quando
se contrata um funcionário com qualquer tipo de deficiência, a empresa não está
apenas cumprindo a lei. Está promovendo uma função social, humanitária. É
preciso que a área de Recursos Humanos tenha a sensibilidade de facilitar o
ambiente de trabalho, de acordo com a deficiência do novo colaborador, e
capacitar gestores e demais funcionários, de modo que a pessoa não se sinta
acuada, preterida ou discriminada em seu cotidiano laboral", finaliza o
especialista.
Hospital
Paulista de Otorrinolaringologia
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