Não há dúvidas de que para ter um potro saudável é importante ficar atento à nutrição antes mesmo de sua gestação. Os cuidados primordiais iniciam com a preparação da égua para sua fase de reprodução.
Além da alimentação, há
outros fatores que contribuem, para que tenha êxito no período reprodutivo,
como: tipo de acasalamento a ser realizado (natural, inseminação artificial ou
transferência de embriões); o cio da égua (indução de cio, programa de luz e sincronização
de cio); programa de vacinação; controle de parasitas do rebanho; qualidade das
pastagens e o estado físico dos animais.
As éguas precisam ser
assistidas de perto durante toda a fase de reprodução, que se inicia antes
mesmo do período de monta. No caso das éguas há quatro principais fases da
geração de um potro: matrizes vazias; início de gestação; final de gestação e
lactação.
“O desenvolvimento do
embrião e o crescimento fetal necessitam de nutrientes adicionais a partir do
quinto mês de gestação, o que faz com que desde a fase vazia até o momento da
monta as éguas sejam tratadas como animais em manutenção”, reforça a médica
veterinária e supervisora técnica de equinos da Guabi, Claudia Ceola.
O programa de
alimentação indicado para as matrizes até o terço inicial da prenhez é uma boa
pastagem, sal mineral à vontade e uma ração balanceada com 12% de proteína
bruta para suprir suas necessidades diárias e garantir um estado físico
moderado no período do cio na estação de monta. “Éguas muito magras ou muito
obesas podem ter a ovulação comprometida e não conseguirem emprenhar, além
disso o tipo de volumoso a ser fornecido deve ser avaliado, pois tanto a
silagem de milho como os fenos pré-secados apresentam grandes quantidades de
micotoxinas que podem comprometer a fertilidade das éguas, podendo até resultar
na reabsorção dos embriões e ocasionar aborto”, completa a veterinária.
A partir do oitavo mês
de gestação devem ser acrescidos gradualmente os valores de proteína bruta,
minerais, vitaminas e energia providos na alimentação da matriz. É nesta etapa
em que o feto mais se desenvolve e cresce, podendo chegar a ganhar até 500
gramas por dia. “Caso a suplementação não comece no momento sugerido, o
desenvolvimento do potro pode ser comprometido. Portanto, é importante trocar a
ração para uma que contenha pelo menos 15% de proteína bruta, por ser o
nutriente mais importante para o crescimento do feto”, conta Claudia. Essa
suplementação deve se manter até o quarto mês de lactação, porque os
aminoácidos presentes em rações com mais proteína bruta e energia digestível
também garantem uma boa produção de leite para a matriz.
Mesmo com a
suplementação é fundamental garantir que a égua não ganhe sobrepeso e continue
gastando energia e praticando exercícios regularmente. “Como no período
gestativo a égua sofre uma diminuição do espaço intrauterino, é de extrema
importância que seu estado físico seja moderado. O sobrepeso nos últimos meses
da gestação pode comprometer sua saúde e do potro”, alerta a veterinária.
O período final da
gestação também exige, independente da qualidade do volumoso ofertado, a
ingestão de cerca de 80 a 100 gramas por dia de sal mineral balanceado que
contenham cálcio, cobre, zinco, ferro, selênio, potássio, magnésio, cloro e
vitaminas A, D e E.
“A égua em lactação é a
categoria animal que requer mais proteína, lisina, cálcio, fósforo e todos os
demais minerais. Dentre a espécie equina, é a segunda categoria animal que mais
precisa de energia para realizar suas funções, só perdendo para cavalos atletas
em trabalhos muito intensos”, conclui Claudia.
Guabi Nutrição e Saúde Animal
Nenhum comentário:
Postar um comentário