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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Nutrição: Conheça os cuidados para paciente em recuperação de COVID-19

Especialista da Faculdade Santa Marcelina explica a importância de uma alimentação balanceada na reabilitação pós-coronavírus

 

A pandemia da Covid-19 trouxe grandes preocupações para o mundo.  Além de tomarem inúmeros cuidados para não serem infectados, adultos e crianças precisam ficar atentos no tratamento e na recuperação após serem contaminados com o coronavírus. Irani Gomes dos Santos Souza, coordenadora do curso de graduação em Nutrição da Faculdade Santa Marcelina, explica os principais cuidados para que a recuperação dos pacientes seja realizada de forma adequada e contribua para um pleno restabelecimento, já que o organismo está bastante fragilizado, e uma dieta rica em vitaminas D, A, C, Complexo B, Zinco, Cálcio e Ferro são essenciais para combater as sequelas da enfermidade.  

Durante o processo de infecção pela Covid-19, o paciente pode apresentar perda do paladar e de apetite fazendo com que a ingestão de alimentos seja reduzida, comprometendo seu estado nutricional, isso porque, com o baixo consumo, também terá baixa oferta e absorção de nutrientes. Outro ponto importante é o cansaço presente e potencializado pela gravidade da doença restringindo o consumo do alimento. Profissional de saúde com 23 anos de carreira, Irani alerta: “Muitos pacientes ficam cansados durante o término da refeição, por isso é necessário também o ajuste da consistência das preparações, sem perder qualidade nutricional”. 

Irani explica como é feito o tratamento nutricional dos pacientes em estado grave da doença, em especial quando há a necessidade de intubação: “Os pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem se alimentar via oral, onde muitas vezes é necessária a mudança da consistência, aumento do teor calórico, fracionamento das refeições e redução do volume das preparações. No entanto, aqueles que estão intubados com uso de ventilação mecânica necessitarão de Terapia Nutricional Enteral realizada por meio de sonda de alimentação, onde a nutrição será estabelecida visando atender toda a necessidade nutricional que o paciente precisa de acordo com sua tolerância e quadro clínico”. 

Uma dieta rica em nutrientes é essencial para uma plena recuperação dos pacientes que receberam alta ou que, até mesmo, não tiveram a necessidade de se deslocarem até um hospital como explica Irani: “Pensar sempre em uma alimentação saudável é uma boa escolha, pois auxiliará na recuperação deste corpo que foi tão exigido. Portanto, as refeições precisam ser fracionadas, com variedade de alimentos visando abranger um bom leque de nutrientes. Devemos dar atenção aos alimentos ricos em vitaminas C, D e A”. 

Irani destaca ainda o papel dos considerados superalimentos, como lentilhas, nozes, abacate, chia e açaí, que podem ajudar no processo de recuperação: “Na verdade, todo alimento consumido de forma correta pode ser considerado um superalimento. Lógico que estou falando dos alimentos in natura. Esses alimentos citados são ricos em proteína, gordura polinsaturada, protegendo nosso coração e evitando riscos de trombose. Uma alimentação rica em fibras, ômega 3, ômega 6, baixo aporte de gordura saturada, sódio e açúcar auxiliarão no processo de recuperação”.  


Alimentação Saudável 

A recuperação de um paciente precisa ser seguida à risca, e isso inclui a suspensão de alimentos que podem prejudicar ou até mesmo agravar a evolução do tratamento, visto que ao longo da vida a alimentação saudável é essencial, como justifica a coordenadora do curso de nutrição da Faculdade Santa Marcelina: “ Alimentos ricos em açúcar, sódio, corante, conservantes, gorduras saturadas, gorduras TRANS e com baixo teor de fibras facilmente encontrada em alimentos ultraprocessados, devem ser evitados também ao longo de nossa vida”.  

Muitos pacientes passam a ter dificuldades de engolir os alimentos ou até mesmo perdem o apetite. A especialista aponta alternativas para ajudar na recuperação do enfermo tendo como ponto de partida a alimentação: “A melhor escolha é caprichar nos temperos naturais para exaltar o sabor dos alimentos. Além disso, a consistência pode ser alterada visando preparações mais macias e de fácil mastigação e deglutição”. 


Imunidade  

Reforçar a imunidade do organismo é primordial para combater doenças, e com a Covid-19 não é diferente. Ela ataca todo o sistema imunológico, logo, ter à disposição alimentos ricos em vitaminas D, A, C, Complexo B, Zinco, Cálcio, Ferro e fibras é importante para reforçar a imunidade. A nutricionista destaca frutas cítricas, verduras ou vegetais verdes escuros, frutas, tubérculos ou vegetais amarelos e alaranjados, como abóbora, cenoura, feijões, lentilha, ervilha, oleaginosas, leite e derivados desnatados, gengibre, entre outros. 


Hidratação 

Durante a doença o paciente apresenta um gasto energético aumentado, podendo ter febre e diarreia, provocando assim uma grande perda hídrica. Irani explica a importância da hidratação: “Mesmo sem a doença instalada, é importante manter bom funcionamento renal, intestinal, entre outros”. 

Muitas pessoas têm manifestado a queda de cabelo como um sintoma pós-Covid. Existem alimentos ou suplementos adequados que podem evitar esse efeito como detalha a nutricionista: “A queda de cabelo pode ser proveniente da perda de peso e também baixo consumo de vitaminas do Complexo B. A suplementação deve ser indicada para comprovação de alguma carência. Para evitar problemas, a variedade de alimentos durante as refeições do dia é fundamental, pois garante oferta suficiente dos nutrientes”.  


Suplementos alimentares e perda de peso 

A especialista em nutrição destaca que os suplementos alimentares no tratamento contra Covid-19 se fazem necessários, especialmente quando o consumo por via alimentar é insuficiente. Irani explica que, durante o período da doença e internação, alguns pacientes perdem muito peso, e detalha ainda as consequências nutricionais por conta deste fator: “Esse sintoma pode caracterizar desnutrição, o que dificulta uma rápida recuperação, mesmo porque a Covid-19 promove um grande gasto energético. A nutrição precisa então buscar a reposição alimentar, fazendo com que aconteça a recuperação do estado nutricional, ou seja, restabeleça um peso saudável”.  

Para finalizar, Irani recomenda um aporte alimentar adequado, ou seja, ofertar proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais na quantidade suficiente para restabelecer o estado nutricional para combater a falta de apetite e a perda de peso, provocada pela agressividade da doença.  

 

Faculdade Santa Marcelina


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