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terça-feira, 12 de outubro de 2021

Cicatrizes na cirurgia plástica: especialista esclarece as dúvidas mais comuns dos pacientes


Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro Faustino explica como funcionam as etapas da cicatrização e destaca as medidas preventivas que podem oferecer melhor resultado final 

 Cirurgião também desfaz mitos, como a crença de que toda cicatriz pouco estética é um queloide


Como vai ficar a cicatriz? Essa é uma preocupação frequente de quem planeja passar por uma cirurgia plástica mas, embora seja um resultado inerente deste tipo de procedimento, o que muita gente não sabe é que há medidas preventivas que podem garantir cicatrizes quase imperceptíveis. E mais: que há diversos tratamentos que podem melhorar a aparência final de cicatrizações já existentes e pouco estéticas, como as traumáticas, decorrentes de acidentes. 

 

“Hoje em dia há cuidados que podem ser adotados pelo médico antes, durante e depois da cirurgia que garantem uma recuperação melhor, abrangendo inclusive a verificação do bom estado de saúde do paciente antes do procedimento e uma alimentação adequada, especialmente baseada em proteínas”, explica o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Leandro Faustino. “É preciso estar atento aos riscos de infecções nas incisões e fazer a sutura por planos diferentes, ou seja, em várias camadas, além de evitar que o fechamento do corte cause o tensionamento da pele, prejudicando a aparência final”, acrescenta. “Em complemento, a recomendação é o uso de cola cirúrgica e fios especiais que reduzem a probabilidade de complicações”.

 

Faustino destaca que a atenção no pós-operatório é outro fator fundamental. “A critério médico, podem ser prescritos vários tipos de tratamentos como pomadas hidratantes, placas de silicone, fitas adesivas que ajudam na compressão e até mesmo a aplicação de laser ou infiltrações de corticóide em situações específicas”, enumera o especialista. “Somente em último caso, é realizada a reabertura da incisão e a execução de uma nova cicatriz”, ressalta. “Esses são recursos muito usados hoje também para reparar cicatrizes resultantes de acidentes e traumas, em geral irregulares e muitas vezes com aparência pouco estética”.

 

O cirurgião plástico acredita que é importante que o paciente entenda as fases da cicatrização, até para passar pelo processo com menos ansiedade e mais tranquilidade. “Existe uma fase inicial em que o corte precisa fechar, que dura cerca de sete a 10 dias, onde a pessoa ainda está com os pontos e o cuidado principal é evitar que eles se rompam”, alerta. “Na fase posterior, entre 10 e 30 dias, há uma proliferação de colágeno, que ocorre basicamente depois que a gente tira os pontos, e onde o ponto de atenção está na observação se está se desenvolvendo ou não um excesso nessa cicatriz, se ela começa a ficar mais plana”, comenta. “A última fase é a de remodelação, que vai de 30 a 60 dias até um ano depois da cirurgia, sendo a coloração a última coisa que se modifica e vai ficando mais próxima novamente à cor da pele do paciente”, esclarece. “É um processo lento e precisa ter paciência para esperar”.

 

Um equívoco muito comum, segundo Faustino, é o costume de chamar todas as cicatrizes pouco estéticas de queloide, o que acabou se tornando uma maneira popular de indicar os problemas nas incisões. “O queloide é formado por um excesso de colágeno na pele, forma uma elevação muito grande, com consistência bastante endurecida, que muitas vezes gera até dor ou prurido, e em alguns casos não cresce só no local da incisão cirúrgica, mas fora também”, informa. “Mas este está longe de ser o principal problema que temos, corresponde apenas a 5% dos casos, o mais comum é termos cicatrizes alargadas, deprimidas ou muito pigmentadas, sejam escuras ou claras demais”.

 

Outra questão que tira o sono dos pacientes é o fato de já ter alguma cicatriz pouco estética no corpo e acreditar que uma incisão de cirurgia plástica vai ter o mesmo resultado e aparência. De acordo com Faustino, não necessariamente será assim. “Sem dúvida existe sim uma tendência de incisões feitas nas mesmas condições resultarem em cicatrização parecida, mas o que precisamos saber é se todos os cuidados adequados foram tomados por ocasião da cicatriz pré-existente”, destaca. “O que acontece é que muitas são ocasionadas por acidentes, em situações de risco onde os cortes são irregulares e sem controle, muitas vezes com infecções, o que é muito diferente de uma incisão cirúrgica linear, planejada, feita com assepsia, e que tende a melhorar muito seu aspecto”, diz. “Por isso é fundamental que o médico tenha acesso ao histórico completo do paciente para poder avaliar corretamente os possíveis resultados”, finaliza.

 


Leandro Faustino - Formado em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e com residência em cirurgia plástica na UNIFESP, passou parte de sua residência no mundialmente famoso Massachussets General Hospital, da Universidade de Harvard, nos EUA. Dr. Leandro Faustino coleciona especializações em instituições renomadas brasileiras e internacionais que possibilitam que ele realize com excelência mais de 30 procedimentos estéticos e de reconstrução.

Instagram: @drleandrofaustino

 

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