Advogado
especialista em direito digital lista cuidados para evitar os crimes
eletrônicos nas redes sociais, aplicativos e ferramentas de pagamento Whatsapp Pay
Shutterstock
Somos constantemente alertados sobre golpes no
mundo virtual. As dicas dos especialistas se repetem e mesmo com a maioria dos
cuidados sendo adotados por todos, as fraudes continuam aumentando, o que
indica que sempre há necessidade de atenção e medidas adicionais de segurança.
Para complementar esses frequentes alertas, o
advogado Francisco Gomes Júnior, que foi presidente da Comissão de Ética
Empresarial da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo e é especialista em
direito digital explica “Nunca abra mão das dicas mais comuns como tomar
cuidado ao acessar sites pouco conhecidos, não clicar em links duvidosos, não
fornecer dados desnecessariamente, não enviar fotos de documentos, não
acreditar em promoções com produtos com valores muito abaixo dos praticados no
mercado e não transferir dinheiro aos contatos sem antes confirmar a
procedência do pedido” e contínua “Além disso é preciso frisar que ao receber
uma ligação de instituições bancárias pedindo dados, a pessoa deve desligar e
retornar a ligação para a sua agência, a fim de confirmar se a ligação partiu
realmente do banco onde é correntista”.
Em tempos remotos, achava-se que a Internet
garantia o anonimato. Era possível ofender e mesmo dar golpes sem ser
identificado. “Essa percepção acabou quando se passou a mostrar que é possível
identificar o autor de qualquer postagem através do endereço Internet Protocol
(IP), assim, a Internet deixou de ser terra de ninguém”, continua Francisco.
Para conseguirem dar certos golpes, alguns
criminosos virtuais também utilizam a Deep Weeb, a internet subterrânea e sem
regras, como meio para realizarem suas atividades ilícitas. “Essa forma de
golpe aplica-se somente a hackers e golpistas mais sofisticados, os cybers
criminosos”, explica o advogado. “A Internet deixa rastros e não há anonimato
para nós, usuários padrão. Para hackers e golpistas cibernéticos não há rastros
eficazes. Eles se valem de endereços IPs dinâmicos, que se alteram e são
sediados por toda parte do mundo”.
O senso comum também acha que golpes são dados
basicamente em quem tem dinheiro. Golpes são dados em todas as faixas de renda
e as vítimas podem ter saldo no banco ou não. Golpes no INSS obrigam, por
exemplo, a Previdência Social a exigir a “prova de vida”. E fraudes atingem
massivamente “bolsa família”, “auxílio emergencial” e outros programas para
pessoas de menor renda.
Então, se a Internet não garante segurança total e
todos podem ser vítimas de golpes, o especialista lista cinco cuidados
adicionais para aumentar sua segurança:
- Comportamento:
mantenha-se atento e, a princípio, não clique em nada sem checar a
procedência;
- Senhas:
não use senhas óbvias e não armazene essas senhas no celular ou
computador. Seus equipamentos podem ser furtados, roubados ou invadidos e
as senhas capturadas;
- Redes
sociais: a postagem de fotos de viagens, de veículos ou casas, etc.
demonstram o padrão de vida e muitas vezes até o endereço. Jamais faça
check in em sua própria residência, isso o torna localizável;
- Aplicativos:
além de utilizar a verificação em duas etapas para acesso, combine
palavras chaves com seus contatos para comprovar a veracidade da mensagem;
- Pagamentos:
sempre que possível prefira pagar através de boletos bancários. Se for
pagar com cartão de crédito, utilize cartões para uma única compra,
fornecido pela maior parte dos bancos.
Sobre as ferramentas de pagamento, o especialista
também dá dicas de segurança para não cair em golpes. "No ano passado, o
PIX passou a ser uma das alternativas para transferência de dinheiro e
pagamentos instantâneos, permitindo transações 24 horas por dia, inclusive em
fins de semana e feriados. Obviamente, os golpistas passaram a mirar esse meio
de pagamento eletrônico e a maioria das fraudes acontece por falha de
vigilância”, adverte Francisco que explica “Não faça cadastro de PIX por
contato telefônico (bancos não fazem isso), não clique em links por WhatsApp,
SMS ou e-mail de banco que supostamente direcionam para cadastro ou confirmação
de PIX e mesmo quando for transferir para conhecidos, faça um contato com a
pessoa para verificar se ela não foi clonada”.
“Por fim, o mais recente meio de transferências é o
WhatsApp Pay, função do aplicativo onde se pode transferir dinheiro. A
transferência é feita através do Facebook Pay e conta com a proteção de PIN,
biometria e token. Mas como todo novo serviço, será objeto de armadilhas
virtuais. Cuide-se com os cuidados de sempre como: não clicar em links
desconhecidos (promoções e ofertas muito vantajosas), não repasse códigos
recebidos por SMS, evite fazer transações em redes públicas de internet e
mantenha o WhatsApp sempre atualizado (última versão) ”, finaliza o advogado.
Francisco
Gomes Júnior - advogado sócio da OGF Advogados, formado pela
PUC-SP, pós-graduado em Direito de Telecomunicações pela UNB e Processo Civil
pela GV Law – Fundação Getúlio Vargas. Foi Presidente da Comissão de Ética
Empresarial e da Comissão de Direito Empresarial na OAB.
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