33% não foram nem intubadas, o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las
O
Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) acaba de divulgar
atualização semanal do número de óbitos maternos pelo SARS-CoV-2, com base em
dados do Ministério da Saúde. Até 18 de junho de 2021, perderam a vida 1.412
gestantes e puérperas. Nos primeiro cinco meses e meio de 20921,
contabilizamos 959 óbitos, ou seja, 111,7% a mais do que 2020 inteiro - 453.
Outra
estatística estarrecedora é a da letalidade da doença: saltou de 7.4% em 2020
para 17% em 2021.
Desde o
início da pandemia, uma a cada cinco gestantes e puérperas que faleceram por
SARS-CoV-2 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI) e 33% não
foram intubadas -o derradeiro recurso terapêutico que poderia salvá-las.
Assim,
entre março de 2020 e 16 de junho de 2021, quando da mais recente atualização
da base de dados SIVEP-Gripe do Ministério da Saúde, são 14.042 casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid e, repetimos, 1.412 óbitos
(10,1%).
Isso sem
contar outros 11.785 de registros com 296 mortes entre gestantes e puérperas
com SRAG não especificada, que, na avaliação dos pesquisadores, podem ser
também episódios de SARS-Covid-19.
O
Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19) visa a dar
visibilidade aos dados desse público específico e oferecer ferramentas para
análise e fundamentação de políticas para atenção à saúde de gestantes e
puérperas em relação ao novo coronavírus.
O OOBr
Covid-19 foi criado e é mantido por Rossana Pulcineli Vieira Francisco (docente
do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP e
presidente da SOGESP), Agatha Rodrigues (docente do
Departamento de Estatística da UFES) e Lucas Lacerda (estudante de graduação em
Estatística na UFES).
Nenhum comentário:
Postar um comentário