O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoveu na última quarta-feira (17) mais uma vez o aumento da Selic, ou seja, a taxa básica de juros do país, aumentou em 0,75 ponto, para 4,25% ao ano, conforme esperado pelo mercado financeiro. Mas, qual o impacto a vida dos brasileiros?
O primeiro impacto que todos comentam é nos investimentos. A
poupança, por exemplo terá maior rentabilidade, passando a ser de 0,25% ao mês
e 2,98% ao ano, conforme estimativa da Anefac (segundo cálculos da Associação
Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).
Entretanto, os reflexos dessa mudança são em todo o mercado
e, infelizmente, no dia a dia da população consumidora esses impactos são na
maioria das vezes negativos e sentidos principalmente por aqueles que estão
endividados. Ou seja, a maior parte da população.
Isso acontece porque, quando a taxa Selic aumenta, os outros
juros também aumentam, fazendo com que as dívidas a serem contraídas fiquem
maiores e podendo impactar também nas dívidas já existentes. Assim, imaginem os
juros de cheque especial ou de cartão de crédito, por exemplo, que já são
exorbitantes? Esses devem aumentar ainda mais.
Ou seja, um reflexo deverá ser o aumento dos juros de crédito
da população, como empréstimos e financiamentos, complicando e limitando a
capacidade de consumo. A orientação nessa hora é analisar bem as contas e
começar a trabalhar para uma maior estabilidade financeira, não complicando a
vida financeira.
E esse processo passa por uma mudança de comportamento em
relação ao uso e à administração do dinheiro, o que implicará no fim da era do
consumo exacerbado e impulsivo. O momento é de muita cautela e precaução, pois
a saúde financeira e a realização dos sonhos das famílias dependerão dessa
conscientização. É preciso reestruturar o orçamento financeiro e assumir o
controle da situação, antes que se torne insustentável.
Boa hora para investir
Aos que não estão endividados e, melhor ainda, possuem o
costume de poupar para realizar seus objetivos de vida, a alta da Selic é uma
boa notícia. Além da poupança, ficam mais rentáveis as aplicações de renda fixa
em que o rendimento é atrelado a essa taxa, como os CDBs pós-fixados, os fundos
DI, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e títulos negociados via Tesouro
Direto.
O que não significa que, quem tem um dinheiro em mãos para
investir, deve colocar integralmente nessas modalidades, até porque, a
aplicação deve ser escolhida de acordo com o prazo do que você quer realizar
com esse dinheiro: curto (até um ano), médio (de um a dez anos) e longo prazo
(acima de dez anos). Em uma primeira análise, posso afirmar que, para
investimentos de curto prazo, é bastante interessante colocar o seu dinheiro
nestas opções.
Reinaldo Domingos - PhD em Educação Financeira e está à frente do canal
Dinheiro à Vista. Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
(Abefin -https://www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (https://www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o
tema, como o best-seller Terapia Financeira.
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