O mercado financeiro do Brasil em 2020 viveu momentos turbulentos. A pandemia de Covid-19 chegou ao país e, com ela, medidas de lockdown e redução da atividade econômica. Mas, mesmo diante de um cenário um tanto quanto desafiador, para o mercado financeiro, foi um ano repleto de IPOs - initial public offerings , com 26 novas empresas abrindo o capital e estreando na bolsa de valores de São Paulo, a B3.
Em 2021, com a economia em recuperação, o
ritmo não esfriou e parece que estamos próximos de um recorde. Entre janeiro e
o fim de abril, 22 empresas já estrearam na Bolsa. Isso ainda durante um
período que viu um crescimento no público investidor pessoa física, que saltou
de 3,17 milhões em novembro de 2020 para 3,56 milhões ao final de março de
2021, conforme dados da própria B3.
Mas será que investir nas empresas que fizeram IPOs
foi um bom negócio? Para descobrir o que aconteceu com essas ações, criamos uma
carteira usando o consolidador
Advisor e analisamos o seu comportamento desde 26 de janeiro, data do
primeiro IPO do ano, até dia 30 de abril.
22 empresas que entraram na lista
Ativo |
Data de conclusão do IPO |
ALLD3 - Allied Tecnologia |
12/04/2021 |
BLAU3 – Blau Farmaceutica |
19/04/2021 |
BMOB3 – Bemobi Tech |
10/02/2021 |
CMIN3 – CSN Mineração |
18/02/2021 |
CSED3 – Cruzeiro do Sul
Educacional |
11/02/2021 |
CXSE3 – Caixa Seguridade |
20/04/2021 |
ELMD3 – Elemidia |
17/02/2021 |
ESPA3 – Espaço Laser |
01/02/2021 |
GGPS3 – GPS Participacoes e
Empreendimentos |
26/04/2021 |
HBRE3 – HBR Realty |
26/01/2021 |
INTB3 – Intelbras |
04/02/2021 |
JALL3 – Jalles Machado |
08/02/2021 |
MATD3 – Mater Dei |
16/04/2021 |
MBLY – Mobly |
05/02/2021 |
MODL11 – Banco Modal |
30/04/2021 |
MOSI3 – Mosaico Tecnologia |
05/02/2021 |
OPCT3 – Oceanpact Serviços
Marítimos |
12/02/2021 |
ORVR3 – Orizon Valorizacao
de Residuos |
17/02/2021 |
POWE3 - Focus Energia |
08/02/2021 |
SOJA3 – Boa Safra Sementes |
29/04/2021 |
VAMO3 - Vamos Locação |
29/01/2021 |
WEST3 - Westwing Comercio
Varejista |
11/02/2021 |
Simulação de carteira
Com o portfólio de 22 empresas, simulamos o que
teria acontecido se um investidor tivesse aplicado aproximadamente R $1.000,00
em cada uma das ações. Para o estudo, a "compra" foi realizada
sempre no dia da estreia na Bolsa e com base nos preços de fechamento do dia.
Assim, até o período final do estudo, acompanhamos
o desempenho de diversas ações, como, por exemplo, a da CSN Mineração (CMIN3),
cujo IPO movimentou R$ 4,5 bilhões em 18 de fevereiro deste ano, quando a
empresa mineradora estreou na B3. À época, a ação fechou a R$ 8,96, valor
próximo ao piso da faixa indicativa. Em 30 de abril, porém, as ações fecharam
no mercado a R$ 10,44.
Evolução da rentabilidade da carteira
Outro ponto relevante a se observar é que o estudo
não é uma recomendação de investimentos - pelo contrário. Demonstra que essa
estratégia não gerou uma rentabilidade atrativa nesse início de ano.
Confira a
performance dessa carteira e interaja com os gráficos.
Os dados vistos no Advisor mostram
que a performance dos IPOs em si, inclusive casos que movimentaram bilhões de
reais, não são necessariamente indicativos de que uma ação que terá bom
rendimento mesmo no curto ou médio prazo.
Montagem de uma carteira de ações
Cada ação tem uma dinâmica e, por isso, se comporta
de maneira diferente. Assim, é essencial que se escolha bem as empresas que
serão listadas e que se considere um portfólio diversificado na hora de montar
uma carteira de ações de IPOs. Isso pode ser feito analisando detalhadamente os
relatórios de research das corretoras e casas de análise bem como através da
leitura dos prospectos das ofertas.
São diversos os motivos que levam as empresas a
abrirem o capital. Podem estar dando saída para um sócio relevante, podem estar
captando recursos para diminuir o endividamento ou para um plano de expansão
específico. O importante é analisar bem as empresas e montar uma carteira
criteriosa e diversificada reduzindo riscos e aumentando a possibilidade
de retorno.
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