É comum crianças e adolescentes apresentarem pequenos problemas de visão que, porém, se não cuidados com a devida atenção, podem evoluir para doenças graves, até mesmo à cegueira. Segundo estudo da OMS sobre o percentual estimado de pessoas com deficiência visual por erros de refração não corrigidos na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Venezuela, mencionado no relatório ‘ Condições da Saúde Ocular no Brasil’ do CBO, há aproximadamente 23 milhões de crianças em idade escolar com problemas de refração que interferem em seu desempenho diário (problemas de aprendizado, autoestima e de inserção social). Ainda, seguindo estimativa da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira, é possível considerar que no Brasil haja cerca de 26 mil crianças cegas por doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente.
Os problemas de visão
mais comuns são hipermetropia, miopia e astigmatismo - erros refrativos, que
impedem a formação do foco das imagens na retina. Esses problemas podem surgir
no início da infância, sendo mais comuns a partir dos 4 anos de idade. Quando
não são corrigidos, podem prejudicar o desenvolvimento da criança ou
adolescente, portanto, quanto mais cedo é feito o diagnóstico, melhor o
resultado do tratamento.
Atualmente, com o
isolamento social imposto pela pandemia, o uso excessivo de telas, como
smartphones, TV, computadores ou tablets, tem preocupado pais e
oftalmologistas, tem sobrecarregando a visão, levando a uma maior incidência
dessas doenças, como é o caso da miopia (dificuldade para ver de longe), que tem
aumentado de forma alarmante. Segundo estudo publicado no jornal JAMA Ophthalmology, houve mudança significativa no grau de miopia em
crianças de 6 a 8 anos em 2020, em comparação ao período de 2015 a 2019. A
condição também pode estar associada a outros fatores, como estilo de vida, ambiente
e genética, por exemplo, mas o papel da digitalização não pode ser subestimado.
Hoje, as crianças são nativas digitais e isso pode afetar o seu desenvolvimento
visual de forma comprometedora e até irreversível.
"É muito
importante acompanhar a rotina das crianças e garantir que haja equilíbrio
entre o período imerso no mundo digital e o tempo em atividades que não
envolvam eletrônicos. Muitas vezes, os sinais de problemas na visão são sutis,
sobretudo em bebês, e demoram a ser percebidos, o que pode agravar o problema e
comprometer a qualidade de vida da criança. A melhor solução é acompanhar de
perto e procurar um oftalmologista de confiança periodicamente, a partir dos 12
meses de idade", ressalta a Dra. Alessia Braz, oftalmologista que atuou como orientadora
do setor de cirurgia refrativa da Unifesp, e hoje é diretora clínica da Univi -
centro oftalmológico
especializado no diagnóstico e tratamento de doenças oculares.
Confira abaixo
alguns sinais de que seu
filho pode estar com problemas na visão, e dicas de boas práticas para garantir
a saúde ocular dos pequenos:
Aproximação de objetos: Sentar-se muito
próximo da TV / computador ou segurar livros muito perto dos olhos pode indicar
dificuldade para enxergar, assim como franzir a testa e/ou apertar os olhos ao
tentar ler ou assistir algo. Faça o teste afastando a criança da tela ou livro
e pedindo para identificar detalhes menores.
Olhos lacrimejando: Uma das causas do
lacrimejamento constante são os problemas de visão. Quando a criança está
sempre com os olhos lacrimejando, é importante procurar o oftalmologista.
Notas baixas: Problemas de visão
podem afetar a atenção e dificultar o aproveitamento em aula. Por isso, o
boletim escolar pode se tornar um termômetro nesse momento. O uso de óculos
adequados é fundamental para a aprendizagem e para identificar a sua
necessidade, é fundamental realizar consultas periódicas com o oftalmologista.
Coça-coça: a coceira constante
nos olhos pode ser sinal de fadiga ocular. Devido à exposição aos equipamentos
digitais, há uma tendência a piscar menos, levando a um ressecamento da
superfície ocular com sensação de corpo estranho, prurido constante e ardência.
Para evitar o agravamento ou surgimento de doenças na vista, existem no mercado
lentes específicas para o público infantil, como as da linha ZEISS Kids , da multinacional alemã ZEISS, por exemplo, indicadas
para crianças a partir dos 7 anos de idade. Maleáveis e de rápida adaptação às
necessidades das mudanças visuais que ocorrem na infância, as lentes são
fabricadas com policarbonato, material que traz segurança contra impactos. Além
disso, contam com garantia de um ano para troca por quebra, e até duas
substituições para casos de mudança de dioptria (grau).
Olhos Cansados: Quando a criança
reclama que sente os olhos cansados ou apresenta dores de cabeça com
frequência, é preciso procurar o oftalmologista. Os sintomas podem ser sinal de
algum problema na visão ou de que o pequeno precisa de pausas no uso dos
eletrônicos.
Tempo de Exposição à
luz azul:
Os games e canais com programação infantil ganham cada vez mais espaço entre as
crianças, que passam horas em frente ao computador. Com a pandemia, essa
permanência ficou ainda maior, pois há o período de aulas online, de realização
de atividades escolares e atividades de lazer - que também giram em torno do
universo digital. Pode parecer prático, sobretudo quando se está em home
office, mas a permanência dos pequenos tanto tempo em frente às telas não é
positiva. Para proteger os olhos, é fundamental fazer pausas constantes,
estimulando o ato de piscar, olhar para outras distâncias, de preferência para
o horizonte. Uma boa "regra" é, 20 minutos de uso na frente das telas
e pausa de 20 segundos (20-20). Atividades ao ar livre ou em ambientes com luz
natural são uma ótima alternativa, pois além de não prejudicarem os olhos,
auxiliam no desenvolvimento psicomotor dos pequenos.
Vision Care da ZEISS
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