A carga tributária brasileira é uma das maiores do mundo. Representa cerca de 33% de todo o PIB, que é a geração de riqueza de nosso país. Alguns países da Europa até tem uma tributação maior que o Brasil, mas a aplicação destes impostos nestas situações é bem mais notada por seus habitantes. Por aqui, em busca de uma melhor opção para nossa família, gastamos com plano de saúde e educação para nossos filhos, em busca de qualidade. Nos países desenvolvidos, existem boas escolas e bons hospitais. Ou seja, o retorno do imposto pago pelos cidadãos é percebido de forma notória pelos habitantes de seus países.
Mas, falando de Brasil, nesta época do ano, é muito
comum a compra de ovos de Páscoa pelas famílias brasileiras. E os preços destes
produtos? Alto, muito alto por sinal..., mas pouca gente sabe que quase 40%
do valor destes ovos de Páscoa é composto apenas por tributos.
Sim, de acordo com o site “Impostômetro”, a carga tributária é de 38,53%. São diversas
siglas que compõem esse percentual, como ICMS, PIS, COFINS e IPI, por exemplo.
O ICMS representa a circulação de mercadorias. O PIS e o COFINS têm como fato
gerador o faturamento. O IPI representa a fase de industrialização. São
tributos que são repassados pelos empresários ao consumidor final, que acaba de
fato pagando tudo isto.
Como referência ao ovo de Páscoa, cito alguns
produtos com menor carga tributária, como itens de cesta básica por exemplo. O
arroz e o feijão têm cerca de 15,34% de tributos. Frutas em média 21,78%.
Batata e leite têm, respectivamente, 11,22% e 12,55%, uma das menores cargas
tributárias entre os alimentos. Existem também itens com tributação mais
elevada, de forma mais justa, como cigarros (80,42%), jogos de videogame (72,18%),
casacos de pele (81,86%) e cachaça (81,87%), por serem não essenciais à
população.
Mas, voltando a falar sobre a Páscoa, uma
alternativa aos ovos seriam os bombons, mas estes também têm uma carga
tributária excessiva. Estima-se algo em torno de 37%. O chocolate de forma
geral tem carga de impostos de 38,60%. Outro produto que é bem procurado nesta
época, principalmente pelos católicos, é o bacalhau. Este peixe, se nacional,
tem 34,48% de impostos. Se importado, pode representar quase 45% de impostos em
seu preço final.
Em um cenário com queda de arrecadação e déficit
orçamentário, dificilmente o Governo irá mudar este ambiente tributário. Muitas
reformas estão por vir, além de várias iniciativas buscando diminuir a
sonegação. Tudo isso acredito ser favorável para que um dia os tributos em
nosso país diminuam. Mas enquanto isso não acontece, não resta alternativa
senão pesquisar, pesquisar e pesquisar! Olhe bem as opções de compra, compare
preços e marcas, buscando a maior economia possível, pois dos tributos, não
temos como nos livrar.
Marco Aurélio Pitta - profissional de
contabilidade, mestre em Administração, coordenador e professor de programas de
MBA nas áreas Tributária, Contábil e de Controladoria da Universidade Positivo.
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