ABTPé explica níveis de gravidade e importância do tratamento adequado
É estimado, através de estudos, que ocorra uma
torção de tornozelo para cada dez mil habitantes por dia. A articulação do
tornozelo sustenta todo o peso do corpo, faz a interface entre a perna e o solo
e, na prática de esportes, frequentemente é acometida por torções. A entorse é
considerada o motivo mais frequente para atendimentos emergenciais e, muitas
vezes, está associada a lesões mais graves que podem requerer cirurgia.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina e
Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo, explica que
a entorse do tornozelo pode ser uma lesão grave e deixar sintomas para o resto
da vida, principalmente se não tratada adequadamente. “Estima-se que pelo menos
10% dessas lesões evoluam com sequelas, especialmente quando o tratamento é
negligenciado”, ressalta.
Quando uma entorse de tornozelo acontece, um ou
mais ligamentos no lado interno ou externo (mais comumente) sofreram
estiramento, ruptura parcial ou ruptura total.
A gravidade da lesão varia de acordo com o grau de
ruptura das estruturas ligamentares e é classificado de I a III.
Grau I – leve (distensão): ligeiro
estiramento dos ligamentos, com formação de edema e presença de dor.
Grau II – moderado: ruptura
parcial dos ligamentos e instabilidade da articulação, com presença de edema e
rigidez na movimentação. Dor de intensidade moderada.
Grau III – grave: ruptura
total dos ligamentos e muita instabilidade no pé, com grande dificuldade para
manter-se em pé e dor intensa.
O presidente da ABTPé salienta que a entorse do
tornozelo compreende graus variados de lesão ligamentar, que via de regra
cicatrizam bem, mas que se não imobilizadas e supervisionadas por um
especialista, muitas vezes cicatrizam alongadas, sem a tensão adequada, o que,
na maioria das vezes, provoca instabilidade articular, com perda da segurança,
falseios e entorses de repetição.
“Ao sofrer uma entorse no tornozelo, o ideal é
passar por consulta com um especialista para uma avaliação correta da gravidade
da lesão. Muitas entorses são tratadas sem orientação médica adequada e o
indivíduo acha que ficou curado até notar que o seu tornozelo não é mais o
mesmo”, fala o especialista.
O médico esclarece que o tratamento da lesão, que
antes envolvia longos períodos com bota gessada, hoje é, na maioria das vezes,
realizado de forma funcional com imobilizações elásticas que bloqueiam alguns
movimentos, mas permitem caminhar com uso de calçados regulares. “A duração do
tratamento é de 6 a 12 semanas habitualmente e, quase sempre, envolve uma fase
inicial de imobilização funcional, seguida de reabilitação”, conclui Dr.
Sanhudo.
Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do
Tornozelo e Pé - ABTPé
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