As incertezas trazidas pela pandemia fizeram com que os brasileiros enxergassem a urgência de ter reservas financeiras. A venda de seguros, assim como a procura por serviços de transferência de bens, cresceu e os trabalhadores passaram a se preocupar mais com investimentos. Apesar desse cenário, muita gente ainda deposita suas expectativas apenas na poupança ou na previdência. O gestor de risco e especialista em planejamento financeiro, Hilton Vieira, explica, no entanto, que esses não são os melhores caminhos para garantir um futuro digno, e ensina as regras de ouro para um planejamento financeiro adequado. “O brasileiro precisa diversificar melhor os seus investimentos, parar de acreditar que a Previdência lhe garantirá uma vida confortável no futuro e buscar novas formas de investir”, diz.
As incertezas sobre a Previdência aumentaram nos últimos dias com a sinalização
do governo e do Legislativo em transferir dinheiro de despesas obrigatórias -
como a Previdência Social - para outros ministérios. E segundo Vieira, como a
poupança tem péssima rentabilidade, chegou a hora de perder o medo de investir.
O
primeiro passo é ter consciência da sua capacidade de investimento e buscar informações.
“Um bom planejamento financeiro começa com a reserva de 30% da renda
mensal para investimentos. Desse total, 5% devem ser destinados a ativos
securitários, como seguro de vida, por exemplo, para obter garantias sobre a
manutenção da sua receita, diante de cenários que impactem a sua capacidade
produtiva, como uma doença ou invalidez . Os outros 25% podem ser distribuídos
de forma diversificada. Em uma estrutura ideal, o investidor precisa ter pelo
menos 3 meses do valor gasto com seu custo de vida em uma reserva de
emergência, e a outra parte deve ser investida em ativos em que ele se
comprometa a não mexer, como fundos multimercados e ações, por exemplo”,
ensina.
Depositphotos
Hilton
Vieira explica que analisar novos ativos, como fundos imobiliários, fundos
multimercado e ações é fundamental para garantir investimentos com risco
diluído e boa rentabilidade. “Investimento bom é aquele em que você consegue
dedicar tempo e atenção para aprender como eles funcionam. Se você não tem esse
conhecimento ou tempo, é fundamental buscar a orientação de um profissional
especializado para ter as informações e conhecer o mercado. Com o conhecimento
em mãos, você mesmo pode investir por meio de aplicativos”.
Para
começar a investir não é preciso muito, garante o gestor. “Você pode
até começar com R$ 1 real na poupança, mas aos poucos deve conhecer o mercado e
definir onde vai colocar mais dinheiro”. Vieira dá como
exemplo de investimentos o mercado de ações e o Tesouro Direto. “Com apenas
R$ 20 você já consegue comprar ações de empresas sólidas e deixar lá rendendo.
No longo prazo, você ganha com a valorização da ação e com os dividendos
oriundos dela. Os títulos do Tesouro Direto também aceitam investimento mínimo
de R$ 30, por exemplo. O importante é começar a investir”,
afirma. O especialista acrescenta que o investidor precisa se atentar à
rentabilidade, liquidez e taxas envolvidas em cada ativo, como IR e taxas de
administração, por exemplo. “São os principais indicadores ao se avaliar um
novo investimento”, acrescenta Vieira.
Dicas:
-
Separe 30% do salário para investir
-
Tenha um fundo de emergência de 3 vezes o valor do seu gasto mensal em um
investimento que garanta liquidez
-
Invista 5% da reserva em ativos securitários
-
Os outros 25% devem ser investidos de forma diversificada, em modalidades de
longo prazo (ações e fundos multimercado, por exemplo)
-
Esqueça a poupança e a previdência
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