A bolsa de valores brasileira possui várias opções de fundos passivos negociados em bolsa, os chamados ETFs/fundos internacionais, entre eles o mais famoso é o IVVB1, que replica o S&P 500, o índice que mede as 500 maiores empresas da bolsa americana. Além disso, existem outras possibilidades mais recentes e menos conhecidas, como o ACWI11 da bolsa global, o XINA11 da bolsa chinesa, e o EURP11 da bolsa europeia, que foram lançados recentemente pela XP Asset.
Para o investidor que está começando, há a
possibilidade de diversificar sua carteira em ativos internacionais, fugindo do
risco do Brasil, no qual anda assustando bastante aqueles que investem há mais
tempo. Nos ETFs da XP Asset, por exemplo, o investidor pode começar a investir
com menos de R$ 12,00 em cada um, e ter um portfólio com exposição em
praticamente todos os mercados do mundo com menos de R$ 40,00.
Alguns fatores no Brasil fazem com que as pessoas
recorram a investimentos na Europa, são eles os efeitos econômicos e sociais
causados pela covid-19, a crise fiscal que se arrasta há alguns anos foi mais
intensificada pela pandemia, e por último a crise política por conta das
investigações em empresas estatais e declarações polêmicas do Presidente da
República, Jair Bolsonaro.
Esse conjunto de problemas está afugentando os
investidores estrangeiros, e com isso o real vem perdendo valor, fazendo com
que os investidores brasileiros comecem a voltar seus olhos para opções de
investimentos nas principais economias internacionais, como Estados
Unidos, Europa e Ásia.
Ações europeias
O mercado europeu é um dos mais sólidos, antigos e
diversificados do mundo. O investidor ao aplicar o seu dinheiro em empresas
europeias tem como benefício o acesso a empresas centenárias e líderes em seus
segmentos.
Recentemente, a MorningStar, empresa internacional
de análise de investimentos, fez um levantamento que indicava que os recibos de
ações europeias na Bovespa estavam sendo negociados com um desconto em relação
ao preço justo, o que poderia ser encarado como uma oportunidade de comprar
ações dessas empresas com preços convidativos.
No momento, dos mais de 670 recibos de ações listados
na bolsa brasileira, 61 são europeus, como o AB InBev, Unilever, Sanofi e
Deustche Bank, que são empresas que compõem o principal índice europeu, o
EuroStoxx 50. Além disso, o investidor tem a possibilidade de investir
nas principais empresas europeias, por meio do ETF EURP11, que replica o índice
MSCI Europe IMI, no qual tem as principais empresas de quinze países da
Europa.
Um alerta para quem quer investir nessas empresas é
que há diversas formas de se avaliar ações, uma das mais utilizadas é a de usar
empresas do mesmo segmento e comparar seus múltiplos, por exemplo, se o preço
da ação de um banco corresponde a 11 vezes o seu lucro por ação, se pegarmos o
lucro por ação de outro banco e multiplicar por 11, em teoria, encontraremos
uma estimativa de preço justo da ação desse outro banco.
Apesar da avaliação por múltiplos ser uma técnica
amplamente utilizada, por ser a mais simples do que as técnicas de fluxo de
caixa descontado, seu resultado pode induzir o investidor ao erro, se não for
feito com critério. Esse é o caso de quando se compara empresas de países
diferentes, pois existem diversas especificidades em cada país, que podem
afetar o valuation de uma empresa.
Portanto, o investidor deve ter muito cuidado ao
tentar precificar o preço justo de uma ação, porque utilizar dados de economias
diferentes podem levar a precificações sem muito sentido.
Bolsas asiáticas
Vale destacar que durante a pandemia, os países
asiáticos, como o Japão e a China apresentaram uma recuperação bastante ágil,
retornando às atividades normais em um curto espaço de tempo. Isso fez com que
as empresas desses países atraíssem a atenção dos investidores, que estavam
buscando formas mais rápidas de se recuperarem das quedas generalizadas que
aconteceram em março de 2020.
Daniel Funabashi - mestre em Finanças pela Cass Business School de Londres e sócio da iHub Investimentos, um escritório de assessoria de investimentos credenciado à XP Investimentos, a maior plataforma de investimentos da América Latina.
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