Na Baixada Santista, somente nas duas primeiras semanas de março, houve um aumento de 145% nos casos de dengue
O
Brasil e o mundo passam pela maior crise sanitária da nossa época com a
pandemia do novo coronavírus. No entanto, além da Covid-19, o surgimento de
novos casos de dengue no país preocupa os especialistas. No litoral de São
Paulo, a Baixada Santista, registrou somente nas primeiras duas primeiras
semanas de março um aumento de 145% nos casos de dengue. A infectologista da
Fundação São Francisco Xavier, Andrea Maria de Assis Cabral explica sobre as
doenças e ensina a diferenciar os sintomas de Covid e Dengue.
“As
duas doenças são virais, mas provocadas por vírus diferentes e com
comportamentos distintos. A Covid-19 é causada pelo vírus Sars Cov 2 e é
transmitida de uma pessoa infectada para outra. A transmissão da dengue é feita
pela picada do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti”, explica a
infectologista.
Segundo
a infectologista, alguns sintomas de dengue e covid-19 são semelhantes e podem
causar confusão na população. Entre eles a febre, mal-estar, dor de cabeça e
dor no corpo. A Covid-19 é uma doença respiratória aguda e isso a diferencia da
dengue. Na Covid são frequentes os sintomas gripais, como tosse, coriza e falta
de ar”, explica. “E em caso mais extremo, as doenças podem coexistir em uma
mesma pessoa. Ou seja, é possível ter dengue e Covid-19 ao mesmo tempo”.
Foi
a ausência de sintomas gripais que fizeram a psicóloga Geovana Maria da Silva
Ortis, desconfiar que estava com dengue. “No primeiro momento achei que estava
com Covid até porque atuo na linha de frente da doença. Procurei atendimento
médico no segundo dia de sintomas quando tinha febre alta, dores nas
articulações e nos olhos. A primeira pergunta que o médico me fez foi se eu
tinha sintomas de gripe. Fiz o exame e deu baixa de plaquetas”, conta. E
acrescenta. “Tive falta de apetite e manchas avermelhadas pelo corpo. Ainda
tenho dores nas articulações”, disse.
Moradora
do bairro Saboó, em Santos, Geovana diz que sempre se preocupou com a doença e
agora ainda mais devido ao número de casos que tem conhecimento. “Eu moro em
casa, mas não deixo água parada, não tenho vasos de plantas, mas perto da minha
casa tem um terreno baldio e a vizinhança toda teve dengue. A região passa por
um surto da doença”, conta.
Outra
moradora da Baixada Santista que também teve dengue foi a auxiliar de
higienização, Adriana Valéria dos Santos Silva. Ela e a filha Cintya, que
residem na cidade de Praia Grande, tiveram a doença em março quase ao mesmo
tempo. “Tivemos praticamente os mesmos sintomas: mal-estar, dor de cabeça,
náusea, falta de apetite. As manchas vermelhas no meu corpo foram menores e as
da minha filha eram bem maiores e espaçadas. Mas nós duas ainda estamos sem
apetite”, relata.
A
doutora também alerta que quem já pegou um tipo de dengue também pode Valsofrer
nova infecção por outro tipo. “As reinfecções tendem a ser mais perigosas por
causa do desenvolvimento de alto anticorpo que pode provocar sintomas ainda
mais fortes. Por isso é preciso ficar atento e procurar o atendimento médico a
qualquer sinal de alarme”, ensina Andrea.
Mutirão contra a Dengue
Eliminar
os focos do mosquito transmissor é a principal forma de prevenção da dengue.
Para ajudar a combater o Aedes Aegypti e garantir a segurança e a saúde da
população, a Fundação São Francisco Xavier realizou, nos últimos dias 06 e 07
de abril um mutirão contra a Dengue.
A
ação, promovida pela equipe de Segurança do Trabalho da FSFX, em conjunto com o
setor de Hotelaria, foi realizada em todas as unidades da Fundação e teve como
objetivo não só eliminar os focos do mosquito como também conscientizar a
população. Foram coletados lixos e todo material que possa acumular água parada
em regiões próximas aos hospitais administrados pela FSFX nas cidades de
Ipatinga, Timóteo, Itabira e Cubatão (SP).
Além
do mutirão, a Fundação também está promovendo, nas cidades onde atua e em suas
redes sociais, uma campanha contra o mosquito Aedes Aegypti.
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