"Após a infecção pelo COVID 19, uma queixa muito comum é a perda de cabelos.
O quadro ocorre em aproximadamente 30% dos indivíduos com diagnóstico de
infecção por coronavírus, podendo acometer homens e mulheres igualmente. Essa
queda de cabelo aguda, chamada de Eflúvio Telógeno, também é observada em
doenças como zika e chikungunya, outras viroses importantes que causam estresse
fisiológico.
O eflúvio telógeno agudo ocorre devido a uma reação do organismo ao vírus,
levando à alteração do ciclo capilar.
A fase anágena, ou estágio ativo, é a fase de crescimento dos fios no couro
cabeludo, podendo durar de 2 a 4 anos, enquanto a fase telógena do ciclo
capilar, é a fase de repouso, onde é normal a queda dos cabelos. O que ocorre
nesses casos de infecção viral, é que mais fios entram na fase de repouso após
a infecção viral, caindo em maior quantidade nos próximos 3 a 6 meses
subsequentes ao quadro.
O eflúvio telógeno, nesses casos, é temporário e reversível e, mesmo realizando
tratamentos nesse período, é preciso aguardar de 3 a 6 meses para que o ciclo
capilar retorne para sua atividade normal.
A orientação é higiene do couro cabeludo de forma frequente, com uso de xampus
para cada tipo de cabelos, visando reduzir acúmulo de resíduos e evitar a
oleosidade do couro cabeludo.
Podemos utilizar formulações orais com o intuito de melhorar a estrutura dos
novos fios que virão a nascer após o reestabelecimento do ciclo capilar, assim
como a orientação de melhora do aporte nutricional dos pacientes através da
melhora da alimentação, tudo isso sempre com o acompanhamento de um
dermatologista de confiança."
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