No mês da conscientização da endometriose, especialistas explicam como a alimentação pode influenciar no tratamento da doença, além de ressaltarem os sintomas e tratamentos
O mês de março, além de ser exclusivo para as mulheres, também é marcado pela cor amarela e tem como objetivo conscientizar a endometriose, doença ginecológica que atinge mais de 176 milhões mulheres no mundo. Mas, você sabia que a alimentação atinge diretamente o problema e pode ajudar a minimizar os sintomas da doença?
De
acordo com a Dra. Luciana Harfenist (@lucianaharfenist), referência em nutrição
ortomolecular, funcional e gastronomia, a alimentação rica em
ômega 3, magnésio, vitaminas do complexo B e fibras ajudam diretamente nos
sintomas da endometriose. “O ômega 3, individualmente, está sob as formas de
ácido alfa-linolênico (ALA), ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido
docosaexaenoico (DHA). O ALA é proveniente de origem vegetal (óleo de linhaça,
óleo de prímula, chia) enquanto o EPA e DHA, de origem animal (óleos de peixes,
truta, arenque, salmão e demais peixes de águas frias e profundas).
Aproximadamente 30% do ALA ingerido pode ser convertido à EPA e DHA”, explica a
nutricionista.
“Nosso
corpo não consegue produzir estes ácidos graxos essenciais, mas precisamos
deles, uma vez que eles são os responsáveis por criar uma camada lipídica em
volta das células, contribuindo para o melhor funcionamento de todas as suas
funções, incluindo efeitos anti-inflamatórios”, completa Dra. Luciana. Ainda
segundo a nutricionista, as mulheres que incluem o ômega 3 em sua alimentação
têm menos chance de desenvolver endometriose quando comparado as que ingerem
alimentos ricos em gorduras trans. Além disso, a função anti-inflamatória é
potencializada em pacientes com endometriose, já que mulheres que possuem a
doença apresentam inflamações nos locais onde há tecido do endométrio fora da
cavidade uterina.
Alguns
alimentos para incluir nas refeições
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Ricos em magnésio mineral: Folhas verdes escuras como agrião,
rúcula, espinafre, escarola, chicória, almeirão, brócolis, couve de Bruxelas,
couve manteiga; alimentos integrais (gérmen de trigo, arroz, aveia, centeio,
cevada, milho, quinoa, amaranto); sementes de girassol, castanhas e tofu.
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Ômega 3 (gordura poli-insaturada): óleo de linhaça, linhaça, peixes, em
especial: sardinha, arenque, salmão, anchova, cavala, atum, truta; vegetais de
folhas verdes escuras (agrião, hortelã, brócolis cru, couve manteiga crua);
soja, milho, aveia, abacate, algas marinhas e semente de chia.
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Vitaminas do complexo B (vitaminas): alimentos integrais e vegetais de folhas
verdes escuras (como os que foram citados nas fontes de magnésio), carnes,
peixes, queijo e ricota, feijões, cogumelos, algas marinhas, gema de ovo,
sementes de girassol e geleia real.
Sintomas
e tratamento da endometriose
De
acordo com a ginecologista Dra. Camila Ramos (@dracamilaramos), especialista em
reprodução humana, a cólica menstrual é o sintoma mais
comum da endometriose, mas os sintomas podem variar. Sentir dor na parte
inferior do abdômen antes e depois da menstruação, dor na relação sexual,
desconforto com movimentos intestinais e até sangramento intestinal e urinário,
são alguns deles.
A
endometriose tem cura, se tiver um procedimento cirúrgico eficaz e após um
bloqueio do ciclo menstrual para que não retorne a doença. Medicamentos para
dor, como analgésicos e anti-inflamatórios, são eficazes em alguns casos. Já os
contraceptivos hormonais, usados de forma contínua onde bloqueiam o ciclo
menstrual são uma boa escolha, como as pílulas anticoncepcionais, adesivos e
anéis vaginais.
Ademais, há uma outra opção: são os chamados agonistas e antagonistas do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) para bloquear a produção de estrogênio que estimula os ovários. “O estrogênio é o hormônio responsável principalmente pelo desenvolvimento das características sexuais femininas. O bloqueio da produção de estrogênio evita a menstruação e cria uma menopausa artificial. Vale lembrar que é um tratamento de uso limitado e normalmente utilizado para preparar a paciente para uma cirurgia ou antes de um tratamento de reprodução assistida”, ressalta Dra. Camila.
“É inevitável a busca por um
profissional caso a paciente perceba que alguma coisa não está certa. Manter os
exames em dia é uma das principais formas de descobrir precocemente a doença.
Manter uma alimentação saudável também pode ser uma forma de prevenção”,
finaliza a ginecologista.
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