Além de produzir um bom texto, o candidato precisa entender como é feito o processo de correção da avaliação, pois assim ele tem maiores chances de desenvolver as competências necessárias e arrasar na prova
Desenvolvido
para avaliar o desempenho dos estudantes ao final da educação básica, o Exame
Nacional do Ensino Médio - Enem tornou-se uma ferramenta essencial no processo
seletivo das universidades públicas e particulares do país. A fim de garantir
um bom resultado na prova, o aluno precisa estar preparado para atingir uma boa
nota nas quatros provas objetivas (questões de múltipla escolha): Matemática,
Linguagens, Ciências Naturais e Ciências Humanas, além da redação, que tem um
peso muito importante e acaba sendo responsável por auxiliar o aluno a
ingressar nos cursos e universidades do SiSU cujas notas de corte são as mais
altas.
Apesar
disso, os estudantes ainda têm muitas dúvidas de como produzir uma boa redação,
para assim, alcançar a maior nota do exame. E como superá-las? O primeiro passo
é saber como é a estrutura do texto, a maioria dos gêneros textuais precisa
apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. É importante ressaltar que,
no Enem, esse formato tem suas particularidades, pois a prova sempre traz um
tema e textos motivadores a partir dos quais os alunos devem redigir uma tese –
geralmente já na introdução e primeiro parágrafo – para, em seguida, elencar
seus argumentos – ancorados em informações, fatos e opiniões – e, por fim, é
preciso que se faça uma proposta de intervenção – na qual o aluno conclui
propondo uma solução para o problema social em pauta.
Ainda
falando de estrutura, o título é um dúvida de muitos estudantes, já que essa
tarefa, na maioria das vezes, é um ponto importante para a aprovação de
candidatos nos vestibulares. Porém, no caso do Enem, a recomendação é não
colocar títulos, pois é um elemento opcional, não afeta a nota final e não é
avaliado em nenhuma das cinco competências da correção adotadas pelo MEC.
Entenda
sobre as cinco competências
Todos
os candidatos precisam estar por dentro dessas competências para, além de
entender o que é avaliado, ajudar no momento de produzir a redação. A primeira
habilidade prevista é o uso da norma-padrão e se presta a avaliar o domínio do
aluno relativo à ortografia, acentuação, construção sintática e vocabulário. A
segunda competência pressupõe se o estudante soube atender ao tema e ao tipo
textual dissertativo-argumentativo previstos na proposta, isso significa, por
exemplo, que o aluno que escrever uma narração não terá sua redação corrigida e
ele será muito penalizado também caso tangencie o tema, ou seja, se, ao invés
de falar da democratização do acesso ao cinema no Brasil, o aluno trate da
cultura em geral, significa que ele não chegou especificamente ao tema, ficando
somente em suas bordas.
Em
seguida, é avaliada a capacidade argumentativa e o repertório sociocultural,
que são as referências, visões de mundo e leituras do aluno. A quarta
competência de avaliação refere-se às habilidades do estudante de se utilizar
de recursos linguísticos que tornam o seu texto mais coeso e articulado, nela
deve-se demonstrar o uso do melhor e mais variado possível repertório de
conjunções, pronomes, advérbios, antônimos e sinônimos para construir um texto
sem repetições desnecessárias de palavras e articulado entre períodos e
parágrafos. Por fim, a última habilidade a ser demonstrada é na composição de
uma proposta de intervenção, através da qual o aluno deve levantar uma solução
para o problema social em foco, indicando quem é o responsável por essa
solução, como ela deve ser empreendida e quais efeitos causará.
A
partir daí, é atribuída a pontuação de cada redação com base na análise desses
cinco critérios. Para compor os 1000 pontos, a pontuação máxima, os avaliadores
contam com uma matriz dividida nessas cinco competência, que valem 200 pontos
cada e que contemplam seis níveis de aproveitamento, desde a nota 0, em que se
revela desconhecimento ou não atendimento da competência, até 200, em que se
aponta excelente domínio.
Para
não ter nota zero, é importante não fugir do tema, nunca redigir uma redação
com apenas sete linhas, jamais copiar textos que estão na prova e nada de usar
ofensas, impropérios ou desenhos e inserção de partes desconectadas do texto,
como, por exemplo, um bilhete ao presidente do Inep.
Por
fim, cabe explicar sobre o processo de correção. No intuito de assegurar que a
nota atribuída ao aluno seja justa, o texto passa por dois corretores e, caso
não haja discrepância, a nota resulta da média aritmética de ambos. Já para os
casos de discrepância, aciona-se um terceiro avaliador e a nota, nesse caso,
resulta da média entre o valor atribuído por ele e o de maior proximidade entre
a dupla da primeira correção. Caso ainda assim haja discrepância, a prova passa
à correção de uma banca presencial composta por três professores.
Para
auxiliar o aluno a obter uma redação nota 1000, tem um webinário completo com
mais dicas e informações no Canal
do YouTube do SAE Digital.
Bianka de Andrade Silva - Com
experiência de mais de dez anos nas áreas de Avaliação e Currículo e
coordenação pedagógica, Bianka de Andrade Silva é doutoranda em Letras pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Já atuou na formação e supervisão de
equipes para a execução de trabalhos na área de educação, como docente na
educação de jovens e adultos e nos ensinos fundamental anos finais, médio
técnico e superior, bem como na elaboração de materiais pedagógicos e de
avaliações para a Educação Básica, vestibulares e concursos.
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