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Segundo a FecomercioSP, retomada econômica deve ser lenta; expectativa é de
retração das vendas no Dia dos Pais
Com
apenas o comércio essencial funcionando em São Paulo no mês de maio, em
decorrência da quarentena – para evitar a disseminação de covid-19 –, a
Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) no Estado sofreu baixa de
13,3% em ralação ao mesmo período do ano passado, com faturamento de R$ 53,7
bilhões em maio, R$ 8,2 bilhões a menos do valor apurado em maio de 2019. Foi o
quarto pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2008. No
acumulado do ano, o recuo foi de 4,5%. Em contrapartida, nos últimos 12 meses,
o balanço ainda está positivo (2%), graças à contagem dos meses anteriores à
obrigatoriedade do isolamento social.
De acordo com a FecomercioSP, ainda que as vendas de maio tenham registrado
retrações menores do que em abril, por causa da possibilidade de flexibilização
da quarentena em junho, os consumidores seguiram focados na compra de itens
essenciais, e apenas o segmento de supermercados atingiu resultado positivo no
mês, com alta de 20,1% na comparação anual.
Para a Federação, a liberação do auxílio emergencial pelo governo federal
atenuou os prejuízos causados pela pandemia e impulsionou a compra de alimentos.
Segundo estimativa da Entidade, a maior parcela do total do auxílio emergencial
injetado (aproximadamente R$ 3,7 bilhões) teve como destino o consumo varejista
no mês de maio – valor aproximado do acréscimo de faturamento dos
supermercados, que foi de R$ 4 bilhões a mais em relação a maio do ano passado.
Com o fim dos recursos do auxílio emergencial em setembro e a alta do
desemprego, a FecomercioSP não espera um retorno rápido da economia. O Dia dos
Pais, que já não é uma data de destaque para vendas, tenderá a ser pior neste
ano, com quedas de 5,1%, no Brasil, e de 4,5%, no varejo paulista, em
comparação a agosto do ano passado. O setor de vestuário, que teria potencial
de se beneficiar, deve sofrer quedas de 14,8%, no Brasil, e de 8,4%, em São Paulo.
Assim, no atual cenário de crise, a comemoração não terá capacidade de
minimizar as perdas do período.
Principais resultados de maio
Das noves atividades pesquisadas do varejo, oito sofreram queda em seu
faturamento real no comparativo anual, com destaque para lojas de vestuário,
tecidos e calçados (-64,4%), concessionárias de veículos (-53,5%) e outras
atividades (-26,34%). Em conjunto, o impacto negativo gerado foi de 17,1 pontos
porcentuais (p.p.).
Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV)
utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo
paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a
Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da
Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e
acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de
eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e
decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção;
supermercados; e outras atividades).
Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das
vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a
consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de
todo o Estado.
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