Entrevistados destacam a Região Nordeste como o destino mais desejado nos planos de turismo no pós-pandemia
A Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing
realizou em julho sua terceira edição da pesquisa Coronavírus e seu Impacto no
Brasil. Esse levantamento foi realizado por meio de questionários online, entre
os dias 16 e 21/07, e obteve 1.090 respostas, de todas as regiões do Brasil. Um
dos focos desta terceira onda era abordar o sentimento geral da população em
relação ao turismo.
Dados de julho da CNC (Confederação Nacional de
Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apontam que o setor já acumulava perdas
de R$ 122 bilhões até julho. Mais do que reabrir, porém, é importante saber
quando e como fazer isso, de modo que as pessoas tenham confiança para voltar.
Apenas 19% dos entrevistados da pesquisa planejam
com alguma convicção uma viagem de lazer ainda este ano. O restante ou ainda
não pensa em datas ou só vislumbra essa possibilidade para 2021 - 41% dos
entrevistados estão convictos de pegar a estrada ano que vem. “Nesse contexto,
e ainda com muitas incertezas pairando sobre a abertura das fronteiras aos
brasileiros, o destino mais mencionado é o Nordeste brasileiro, seguido da
Europa, possivelmente porque lá a pandemia já arrefeceu em boa parte dos
países”, destaca Silvio Silvio Pires de Paula, presidente e fundador da
Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing e vice-presidente do CRA-SP.
Ganhar a confiança do turista no pós-pandemia vai
exigir muitas adaptações do setor. Cerca de 9 em cada 10 entrevistados elencam
como muito importantes para sua decisão de se hospedar em um hotel daqui por
diante fatores como: maior higienização dos ambientes, distribuição de álcool
em gel ou exigência do uso de máscaras.
Até aí tudo bem, são medidas relativamente rápidas
e de custo exequível. Mas também é igualmente altíssimo o patamar dos que não
vão abrir mão de ambientes com lotação reduzida, ventilação natural ou serviços
de restaurante sem exposição dos alimentos, entre muitas outras coisas. “Aí já
estamos falando de desafios mais grandiosos, que vão exigir um planejamento
cuidadoso dos operadores. Mas, como em tudo na vida, desafio se torna
oportunidade para quem trabalha bem e consegue ser criativo”, prenuncia Ricardo
Lopes, gerente de projetos da Demanda e coordenador do estudo.
Pandemia desanima, mas não
impede brasileiro de planejar o futuro
O sentimento geral das pessoas com o momento da
pandemia é de desânimo. Cerca de 3 em cada 4 (73%) se diz desanimado
atualmente. Ao serem perguntados sobre o que mudou para pior ou para melhor do
início da pandemia para cá, metade deles (49%) afirma que a vida mudou para
pior no que diz respeito à vivência social e às oportunidades de lazer. Outros
37% sentiram piora no estado psicológico, em seu equilíbrio emocional. Em outro
sentido, 41% observaram que melhorou seu engajamento em ações solidárias e 53%
estão se relacionando melhor com suas famílias.
Muitos brasileiros fazem planos para quando a
pandemia acabar e somam 70% os que pretendem viajar assim que possível. Outros
planos muito presentes são rever familiares ou amigos (58% dos entrevistados) e
retomar ou iniciar a prática de algum esporte (42%). Enquanto isso tudo não é
possível, boa parte deles admite ter incorporado ou intensificado alguns maus
hábitos. A ingestão de chocolates ou doces em geral brotou ou cresceu em nada
menos do que 38% do público pesquisado. E o hábito de beber álcool agravou-se
ou incorporou-se à rotina de 20% dos internautas brasileiros participantes da
pesquisa.
Demanda
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