Longe da escola e das atividades diárias, crianças precisam do estímulo dos adultos para adoção de uma rotina mais saudável
No Dia Nacional de Combate ao
Colesterol, celebrado neste 8 de agosto, o Hospital Pequeno Príncipe faz um
alerta importante durante esta fase de pandemia. Longe da escola e da rotina
diária de atividades e lazer, as crianças ficam mais sedentárias e a atenção e
o estímulo dos adultos são fundamentais para assegurar sua saúde e pleno
desenvolvimento.
A endocrinologista pediatra da instituição, Gabriela Kraemer,
lembra que o exemplo dos bons hábitos deve vir da família. “Elas estão mais
paradas em frente ao computador e à tevê. Por isso, é importante optar por uma
alimentação fresca, feita em casa, com muitas frutas e verduras. É excelente
também preparar receitas saudáveis com o apoio delas”, completa.
A médica também fala da importância dos responsáveis em
estimular a atividade física e mudanças nas atitudes. “É possível trocar os biscoitos
e lanchinhos por algo mais natural, feito em casa mesmo. É fundamental não
deixá-las paradas. Aproveite o quintal para estimular exercícios e atividades
físicas. Caso não tenha um espaço maior, vale dançar na frente da tevê ou do
computador”, comenta.
De acordo com a especialista, a união de estilo de vida
desequilibrado – má alimentação e sedentarismo – e a genética podem favorecer o
aumento dos níveis de colesterol ruim ou triglicérides no sangue, logo nos
primeiros anos de vida, o que pode representar uma ameaça à saúde. “O alto
colesterol está diretamente associado ao maior risco de infarto e acidente
vascular cerebral. E a formação de placas de gordura nas artérias pode começar
ainda na infância e levar às doenças cardiovasculares no futuro”, reitera a
especialista.
Gabriela Kraemer explica que, como o colesterol elevado em geral
não causa sintomas, a indicação é que o primeiro perfil lipídico seja realizado
entre os 8 e 10 anos. Já em crianças com doenças crônicas, obesidade,
diabetes, problemas renais ou autoimunes, assim como naquelas com histórico
familiar de doença cardiovascular precoce (antes dos 50 anos) ou com histórico
familiar desconhecido, a recomendação é que os exames sejam feitos a partir dos
2 anos.
“O diagnóstico e tratamento precoce fazem a diferença”, diz a
endocrinologista. O tratamento inicial para uma criança com colesterol alto se
baseia em mudanças de estilo de vida, com aumento da prática de atividade
física e adequação da dieta. Se essas medidas não surtirem efeito, o tratamento
com remédios pode ser recomendado. “Por isso o acompanhamento de um pediatra
e/ou endocrinologista é fundamental”, ressalta.
Novos hábitos
Confira algumas dicas de alimentação infantil e hábitos
saudáveis podem ser adotados durante a pandemia:
- Para evitar os lanches e doces durante o
dia, crie uma rotina com horários definidos para cada refeição e procure
fazer fazê-las em família para estimular a criança;
- Evite produtos industrializados como
bolachas e salgadinhos. Se não for possível, não ofereça direto do pacote.
Divida o alimento em porções para controlar a quantidade e evitar
exageros;
- Para o lanche entre as refeições, prefira
frutas. Deixe-as prontas para o consumo e à disposição da criança,
lembrando sempre de oferecer água durante todo o dia.
- Especialmente nesse momento de quarentena,
se possível, não leve as crianças ao mercado. Além de uma medida
protetiva, evita que a criança fique com vontade de consumir produtos inadequados.
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