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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

COVID-19: a importância da reumatologia à frente da pandemia

 Pesquisas alertam a alta incidência de trombose em pessoas com o coronavírus, e a doutora Luiza Fuoco da Rocha, especialista e médica da Cobra Reumatologia, alerta para a importância do atendimento reumatológico e cuidados com prescrições


Especialistas holandeses e americanos já estão investigando o aumento de casos de trombose em pacientes graves acometidos pelo COVID-19. Não há uma explicação exata, pelo fato de a doença ser nova. Porém, para entrar no corpo humano, o vírus utiliza de receptores chamados ACE2, geralmente encontrados nos tecidos que revestem os vasos sanguíneos e a parte interna do coração, o que pode causar a coagulação do sangue.

Diante disso, Luiza Fuoco da Rocha, médica da Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra – referência na área há mais de 75 anos, revela a importância de estudos e do atendimento reumatológico para os pacientes em estado grave. É necessário lembrar que o acompanhamento de um médico específico da área e a administração de anticoagulantes podem evitar futuras complicações, como exemplo a amputação de membros e até mesmo o óbito.

 

 A coagulopatia adquirida associada ao COVID-19 é comum e multifatorial. Apesar da maioria dos eventos serem venosos, como embolia pulmonar e trombose venosa profunda, eventos arteriais como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico também são descritos relacionados à infecção grave pelo COVID-19. - Luiza Fuoco da Rocha

 

Alguns estudos sobre a temática, como o do Hospital São Paulo, publicado na revista British Medical Journal, revelam uma produção muito maior de citocina nos pacientes com essa infecção viral, causando inflamações e impedindo a circulação de sangue e oxigênio nos pulmões, o que pode no mínimo contribuir com a sensação e falta de ar.

 

A evolução para formas graves se correlaciona à resposta imune não controlada, o que causa lesão e disfunção das células dos vasos sanguíneos e pulmonares, comprometendo a oxigenação do sangue seja pela formação de micro trombos intravascular, perda da regulação do calibre vascular, ou por redução das áreas ventiladas no pulmão. - Luiza Fuoco da Rocha

 

O que dificulta o processo todo da utilização de anticoagulantes é a necessidade de cautela na prescrição, uma vez que os pacientes não deixam de ter comorbidades quando adquirem coronavírus, sendo assim, é necessário avaliar os riscos e benefícios.

 



 Dra. Luiza Fuoco da Rocha  -  Reumatologista da Clínica Prof. Dr. Castor Jordão Cobra. Graduada em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005), Luiza Fuoco da Rocha tem especialização em Clínica Médica (UFRJ) e Reumatologia (USP). É doutora pela Faculdade de Medicina da USP, tendo defendido a tese: “Tradução e Validação do Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida em Esclerose Sistêmica” (2013). Atualmente, Luiza compartilha uma rotina como médica em diversos locais de atendimento do serviço da Cobra Reumatologia e docente no Centro Universitário Lusíada.


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