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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Alunos ansiosos, irritados ou tristes? Saiba como a meditação mindfulness pode ajudar

Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha ajudou a mapear as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos de escolas públicas na cidade de São Paulo e revelou que 75% deles estão ansiosos, irritados ou tristes durante o confinamento. As crianças e os jovens não estão motivados a estudar em casa (57%) e enfrentam problemas na rotina de estudo (62%). 


Os resultados da pesquisa exemplificam os desafios que surgiram em todo o país desde a implementação do ensino à distância - as escolas tentam adaptar a rotina para o ambiente virtual, os pais se esforçam para motivar os filhos e manter a regularidade das tarefas, processo que pode não ser nada fácil - e amplia a discussão sobre a importância dos cuidados com a saúde mental dos jovens e crianças.

E o que fazer diante desse cenário? Existe alguma estratégia que possa ajudar a contornar o problema? Para Daniela Degani, especialista em meditação para jovens e crianças, e idealizadora do projeto Mindkids - que tem como propósito levar a meditação para o ambiente escolar - a resposta é positiva e pode vir por meio de várias ações e estratégias, sendo uma delas é a prática da meditação mindfulness, técnica milenar que promove o bem estar através do foco no momento presente, podendo ser praticada em sala de aula, no EAD ou no ambiente familiar.

"Mesmo antes do período de isolamento social, fatores como competitividade, ansiedade e até problemas familiares acabavam refletindo no desenvolvimento escolar dos jovens e crianças. Nesse sentido, o mindfulness é muito valioso porque ajuda a desenvolver habilidades que auxiliam não apenas no desempenho frente às atividades escolares, mas no desenvolvimento enquanto indivíduos, ajudando a ter foco, concentração, administrar sentimentos ruins, cultivar a calma", explica Daniela.

Para ela, a meditação também pode ser importante para ajudar os alunos a se adaptarem quando as aulas voltarem ao modelo tradicional, já que tanto crianças quanto adolescentes terão que retomar uma rotina que foi quebrada de forma abrupta.

"A preocupação com o bem estar dos jovens e crianças não deve ser apenas agora, momentâneo. Pais e escolas devem estar sempre atentos e empenhados em encontrar estratégias e estimular práticas que os ajudem a fortalecer a saúde mental. Com o auxílio da MindKids, muitas escolas inseriram as práticas de meditação em sala de aula, e agora no EAD, e vivenciam os seus benefícios. Os pais e as próprias crianças sentem na pele a diferença que a meditação provoca e, por isso, cada vez mais a prática ganha força como ferramenta com potencial educativo, amparada por estudos científicos que comprovam os seus efeitos positivos", explica. 


3 práticas para começar a meditar com as crianças

Para ajudar pais e filhos, a especialista indica três práticas simples que podem ser feitas em casa para despertar nas crianças sensações que podem refletir positivamente na rotina e na realização das atividades escolares. 


Meditando os sons: essa é uma ótima prática para começar a meditar com as crianças. Você vai precisar do som de um sino, que pode ser um sino físico ou de aplicativo de celular (apps de meditação costumam oferecer a possibilidade de programar por quantos segundos o sino tocará, como o gratuito Meditation Timer, por exemplo). Explique à criança que você tocará o sino e que, aos poucos, o som irá diminuir. Convide-a a prestar atenção ao som do início ao fim e a ver se ela consegue perceber o exato momento em que não escuta mais nenhum som. Antes de tocar o sino mais uma vez, pergunte se a criança sugere alguma outra forma de tentar ouvir melhor. Às vezes, espontaneamente, elas sugerem fechar os olhos ou você pode convidá-la a fazer isso. Após repetir o processo, proponha o exercício da escuta aos sons ambientes, percebendo os sons da rua, do vizinho, do cachorro ou do próprio corpo. 


Respiração da mão: esse exercício das 5 respirações é uma excelente maneira de se acalmar. Ele traz o corpo de volta ao equilíbrio, aprofundando a respiração e diminuindo a frequência cardíaca, enquanto nos faz retornar ao foco. Pode ser feito por qualquer idade, em qualquer lugar e quantas vezes for necessário. Basta deslizar o dedo indicador de uma mão em todo o contorno da mão oposta, inspirando ao subir e expirando ao descer no contorno de cada dedo. 


Colocando o brinquedo para dormir: esse exercício meditativo envolve a brincadeira de colocar o boneco, bicho de pelúcia ou algum outro brinquedo para dormir. É uma prática recomendada para a noite, antes da hora de dormir. Deite a criança com seu personagem favorito sobre a barriga e diga a ela para niná-lo com os movimentos da respiração. Explique que as respirações profundas ajudam a diminuir a agitação e ter um sono tranquilo.

Outras práticas introdutórias de meditação e vídeos explicativos, que podem auxiliar pais, escolas e educadores, estão disponíveis nos ebooks gratuitos "
Meditação para Crianças" e " Atividades baseadas em mindfulness para foco e atenção".

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