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Jovens estão fumando
mais e com novas alternativas estão se sentindo seguros. Mas já se sabe que
novas opções são verdadeiras ciladas. Todas causam danos à saúde.
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A ANVISA ainda não
aprovou a venda e uso de cigarros eletrônicos no Brasil.
Os jovens estão fumando mais (*pesquisa Vigitel 2017), ao
contrário dos adultos com mais de 24 anos, que vem reduzindo esse hábito. E os
jovens ainda estão lançando mão de estratégias que falsamente consideram mais
saudáveis: cigarros eletrônicos, narguilé e cigarros de tabaco enrolados à mão.
Na verdade, todas essas alternativas fazem muito mal à saúde. E,
associadas ao consumo de álcool, acabam sendo uma das principais causas do
surgimento de câncer na região da cabeça e pescoço, onde se inclui a boca, a
língua, garganta e faringe.
Estudos científicos mostram que os vapores emitidos pelos
cigarros eletrônicos estimulam a produção de substâncias químicas inflamatórias
que desativam as células de proteção dos pulmões, responsáveis por retirar dos
alvéolos a poeira, bactérias e alérgenos.
Segundo o Prof. Dr. Flávio Hojaij, especialista em cirurgia de
cabeça e pescoço, os cigarros eletrônicos, ou vaporizadores de nicotina, foram
criados com a intenção de ajudar as pessoas que querem parar de fumar e
tornaram-se uma verdadeira cilada.
“Os vaporizadores, ou cigarros eletrônicos, têm uma quantidade
menor dos componentes do que o cigarro normal, mas ainda tem uma quantidade
muito grande de nicotina. Então não é uma alternativa, é uma estratégia para
parar de fumar. Não se pode começar a ter outro tipo de vício. Não existem evidências
de que essa estratégia funcione e, pior, estudos já demonstram que o uso do
vapor é tão tóxico quanto fumar cigarros a combustão. É preciso ainda uma maior
conscientização sobre a questão entre os jovens que estão aderindo em maior
número à utilização desses artefatos”.
Sobre o hábito de fumar narguilé, o Dr. Flavio Hojaij alerta que as pessoas ficam
compartilhando o tabaco por meia hora, ou uma hora e acabam inalando uma
quantidade enorme de nicotina, equivalente a vários maços de cigarros. E
obviamente isso traz danos enormes para vários locais do corpo, como pulmão,
pele, bexiga, enfim, todos os lugares possíveis onde a nicotina e o tabaco são
deletérios
E quanto ao hábito de se fazer cigarros à mão, enrolando o
tabaco em papel, isso não os torna naturais ou menos nocivos: “Eles fazem tanto
mal quanto, pois a nicotina é a principal substância química psicoativa no
tabaco, extremamente viciante”, afirma Flávio Hojaij, Professor Livre Docente
da Faculdade de Medicina da USP.
Todos os cânceres de cabeça e pescoço estão associados ao
tabagismo. Especialmente os da boca. Dados do INCa (Instituto
Nacional do Câncer) revelam que surgem a cada ano mais de 14 mil
novos casos por ano.
(*) Dados da pesquisa Vigitel 2017, do Ministério da Saúde. Entre
os jovens de 18 a 24 anos, houve aumento de 7,4% (em 2016) para 8,5% A pesquisa
ouviu mais de 53 mil pessoas acima de 18 anos nas capitais brasileiras e apontou
uma redução nos índices de fumantes adultos, em 2017, foram registrados cerca
de 10,1% e no ano anterior, o dado era de 15,7%. A pesquisa referente a 2018 ainda
não foi divulgada.
Prof. Dr.
Flavio Hojaij
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