Doença surge com a reativação do
vírus da varicela. Cerca de 20% das pessoas que tiveram a doença na infância
podem desenvolver o Herpes Zóster na fase adulta.
Quem já teve varicela ou catapora sabe. O incômodo que a doença
causa são vários - erupções (brotoejas) na pele, acompanhada de prurido
(coceiras) com a aparência de pequeníssimas bolhas. O que muita gente não sabe
é que pode ocorrer a reativação do vírus, ocasionando o herpes zóster.
De acordo com a anestesiologista e especialista em dor do Hospital
Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Cristina Clebis, o herpes zóster pode
acometer 20% de adultos que já tiveram catapora ou varicela na infância. A
doença é ocasionada pelo vírus varicela zóster que fica adormecido nos
gânglios. "Quando envelhecemos nossa imunidade diminui e o vírus aproveita
para caminhar por um determinado nervo fazendo uma inflamação conhecida como
neurite, com dor muito intensa e formação de bolhas na pele conhecida como
herpes zóster", explica a médica.
A doença inicia com dor súbita na pele, com sensação de queimação
e formigamento, seguido de vermelhidão e aparecimento de vesículas, que são
pequenas bolhas de água que depois se rompem formando feridas e crostas que
secam deixando pequenas cicatrizes. Segundo a especialista, os locais mais
comuns para o seu surgimento são o tórax e a face na altura dos olhos, mas pode
ocorrer em qualquer local do corpo inclusive nas mãos. "As vesículas
possuem o vírus dentro do seu líquido e temos que ter cuidado com o contato
para não contaminar outras pessoas", orienta Dra Cristina.
De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS,
no Brasil, aproximadamente 10 mil pessoas são internadas todos os anos em
virtude de complicações causadas pelo vírus.
Tratamento adequado
O quadro do herpes zóster se resolve com duração de 7 a 10 dias
com tratamento adequado - que deverá ser o mais precoce possível para evitar a
permanência da dor. "Para acelerar a recuperação e diminuir a dor
utilizamos medicamentos antivirais, corticóides e analgésicos. Cuidados com as
vesículas e crostas para que não ocorra contaminação por bactérias também são
importantes", afirma a médica. É muito raro o paciente ter mais de uma vez
o Herpes Zóster, mas alguns pacientes podem permanecer com a dor mesmo após a
melhora. A vacina para o Herpes Zóster, a partir dos 50 anos ou para
pacientes que terão a sua imunidade reduzida por outras doenças ou tratamentos,
auxilia na prevenção do aparecimento do Herpes Zóster.
Neuralgia Pós-Herpética
Quando a dor ocasionada pelo Herpes Zóster persiste por mais de 3 meses, o paciente pode estar com neuralgia
pós-herpética. Os fatores de risco são área extensa atingida com grande
quantidade de vesículas, tratamento inadequado e tardio e idade superior a 50
anos. "Ou seja, quanto mais grave o quadro inicial, quanto mais idoso o
paciente e quanto mais tardio o tratamento maiores as chances de a dor
permanecer", explica Dra Cristina.
O tratamento é realizado com antidepressivos, anticonvulsivantes,
analgésicos, anestésicos tópicos na forma de adesivos e toxina botulínica -
aplicada em baixo da pele na área de dor, e ozonioterapia ( ainda em teste no
Brasil). Para os casos mais difíceis o uso da radiofrequência pulsada (passagem
de uma corrente elétrica) nos nervos afetados, através de pequenas agulhas, tem
excelente resultados. Há ainda o uso de eletrodos de estimulação medular (chip)
na coluna como o recurso mais avançado. Esses procedimentos são realizados pelo
médico da dor. Ele é o médico apto para tratar, acompanhar e realizar os
procedimentos necessários para o Herpes zóster e para a neuralgia
pós-herpética.
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