PRNewswire/ -- O
título deste meu artigo é uma provocação. Afinal, é indiscutível: a
transformação digital é o novo normal. Não é algo para o futuro. Já está
acontecendo e a empresa que não se adaptar a essa nova realidade poderá ficar
apenas na memória das pessoas. Hoje, toda companhia quer ser uma 'tech
company', e os negócios de comunicação também fazem parte da lista.
Mas como exatamente a
transformação digital está impactando e influenciando a atuação da imprensa em
uma ponta e a da comunicação na outra? É o que vou detalhar a seguir.
Acompanhe!
Adeus imprensa velha
Nos últimos anos, as mídias se
modernizaram, migrando seus modelos de negócios para o digital. O papel, tão
adorado pelas fontes, deu lugar gradativamente a sites e a presenças nas mais
variadas mídias sociais. Com o tempo, um aliado surgiu nesse cenário, o analytics,
que chegou para mudar a imprensa de patamar e fisgar a audiência. E isso não só
na mídia on-line, mas também nas emissoras de rádio e de TV. Elas
também estão na esteira da transformação. Nesse novo universo, os leitores e os
telespectadores estão no comando e ignorá-los pode ser fatal.
Nesse contexto, um dos maiores
desafios é entender melhor o público. Do que se alimentam? Onde vivem? Que tipo
de conteúdo consomem e como? É quase filosófico e a resposta nem sempre é a
soma de 1 + 1.
As empresas descobriram, no
entanto, que os dados são chave nesse contexto, mas nem sempre eles estão nas
mãos de quem oferece o conteúdo - se você quer saber mais sobre esse tema, eu
escrevi recentemente um artigo sobre o poder das métricas. É por isso que HBO
e Disney, por exemplo, que amargavam até então a soberania da Netflix, estão
criando suas próprias ofertas de streaming.
Outras estão apostando forte
no pay wall, sistema de assinatura que permite ao internauta o
acesso a conteúdos restritos, para entender com mais profundidade sua audiência.
Outras ainda estão quase que virando uma Edtech, usando conteúdo
para mexer com os medos da audiência e fazê-las comprar assinaturas para saber
como mergulhar e saber tudo sobre o tema X ou Y.
E a comunicação?
Normalmente, quando pensamos em
transformação digital, tiramos da manga tecnologias da moda, como inteligência
artificial (AI), machine learning e big data, que
certamente ajudam negócios a rodar mais rápido. Mas essas tecnologias fazem
muito mais do que aumentar a produtividade. Elas também mudam a forma como nos
comunicamos. É por isso que a comunicação é altamente impactada.
Não faz muito tempo, a
comunicação interna era praticamente um braço da área de recursos humanos ou de
marketing. Ok, não tem nenhum problema nisso. Mas com o digital ela voou,
passando por uma verdadeira metamorfose. Como a borboleta, que antes era apenas
uma larva. O digital, então, permitiu uma comunicação mais fluída, clara e
multicanal. É difícil encontrar uma empresa que não use a comunicação digital,
que vai muito além do e-mail, para se conectar de forma mais
efetiva com seus colaboradores.
O resultado? Fluxos de trabalho
mais eficientes, quebra de silos e aumento da satisfação dos funcionários,
acostumados em suas vidas pessoais com o digital. E o cenário ganhará ainda
mais contornos nos próximos anos. Com estimativas de mercado indicando que
nativos digitais representarão 75% da força de trabalho até 2025, as
comunicações provavelmente serão mais rápidas e mais digitais.
A comunicação externa também
ganhou novas fases. Afinal, as pessoas estão mais conectadas do que nunca. É a
era da hiperconexão. A pesquisa Estado de Serviços Móveis, elaborada pela
consultoria especializada em dados sobre aplicativos para dispositivos móveis App Annie, mostra que os brasileiros passaram mais de
três horas por dia usando o celular em 2018. Essa média colocou o País em 5º
lugar no ranking global de tempo dispendido com esse aparelho.
Para as empresas, isso
significa que o ponto de contato inicial precisa ser essencialmente o digital
e, de preferência, o smartphone. Trata-se de uma comunicação
imediatista, conveniente e altamente personalizada, por meio de chatbots e
outros recursos tecnológicos presentes no dispositivo móvel.
Assim como todo e qualquer
negócio que está se transformando, para a comunicação e a imprensa ter ou não
um legado é fator crucial na velocidade da mudança. Nenhuma companhia, no
entanto, deve encarar esse fator como impeditivo para sua evolução. A jornada
digital, apoiada em um propósito, é sempre a melhor forma de superar os
desafios. Basta escolher a sua cereja do bolo.
E você já escolheu a sua? Se
está do lado da comunicação ou da imprensa, agora é hora de mudar. Como você
está lidando com essa provocante e invasiva transformação digital?
Thais Antoniolli - Presidente da PR Newswire/Cision Latam
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