Febrasgo aponta que
desinformação é o principal fator do baixo percentual de amamentação no Brasil
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, menos de 40% dos bebês de até seis meses de idade são alimentados exclusivamente por leite materno. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) vão além e apontam que no sexto mês de vida, apenas 9,3% das crianças mantém a alimentação baseada somente no leite da mãe. Em meio a dados alarmantes que impactam diretamente a saúde e a mortalidade infantil, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) destaca que a desinformação é o principal fator ligado ao baixo acesso das crianças ao aleitamento materno e que a chegada do Agosto Dourado (mês dedicado à promoção do aleitamento materno) surge como grande oportunidade de ampliar o acesso a informações de qualidade e desmistificar crenças que persistem na sociedade.
Tendo em vista que 60% das gravidezes não são planejadas, a entidade aponta a conscientização sobre a amamentação precisa ocorrer desde a assistência pré-natal, sobretudo, em meio a gestantes nulíparas (mães de primeira viagem). Dentro deste perfil, as adolescentes, gestantes com antecedentes cirúrgicos mamários, as obesas, as que foram submetidas à cirurgia bariátrica e as grávidas de gêmeos carecem de atenção ainda mais especial.
O presidente da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo, Dr. Corintio Mariani Neto, explica que “amamentar na adolescência costuma se acompanhar de grande carga emocional. Preocupação com a estética (como flacidez), medo, imaturidade, ansiedade e inexperiência coma nova condição de mãe podem resultar, com frequência, em isolamento – o que pode levá-las a amamentar seus filhos por tempo inferior ao preconizado pela OMS”.
Para ajudar a combater a desinformação, a Febrasgo elucida alguns dos principais mitos ligados ao aleitamento. A entidade acrescenta que os dados abaixo não substituem o contato com o profissional de ginecologia e obstetrícia, uma vez que além de esclarecimentos gerais, poderá transmitir informações específicas de acordo com as características e condições de saúde de cada paciente.
05 fatos que você não sabia sobre amamentação
Mamada pós-parto
Indica-se que a primeira mamada ocorra na primeira hora de vida, se mãe e bebês estiverem bem após o parto. Esse primeiro leite que a mãe produz, o colostro, é rico em proteínas e anticorpos e tem menos gordura. É considerada a ‘primeira vacina do recém-nascido’.
Bebê recusa o leite
Nos três primeiros dias, após o nascimento, é comum os bebês ficarem mais sonolentos e mamarem menos. Isso ocorre porque eles chegam ao mundo com uma reserva natural de energia e não estão preparados para ingerirem grandes quantidades de leite, nesse momento.
Leite fraco
“Não existe leite fraco. O leite materno tem aspecto mais ralo do que o leite de vaca. Mas isso não significa que ele seja fraco ou que não tenha valor nutritivo”, explica a Dra. Monica Fairbanks de Barros, membro da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo.
Benefícios para as mães
O ato de amamentar traz inúmeros benefícios também para as mães. A amamentação melhora a imagem corporal, reduz o estresse e ansiedade, auxilia na perda de peso, além de contribuir para a involução uterina. Em longo prazo, a mulher ainda apresenta menor risco de desenvolver câncer de mama, além de outros ganhos.
Suplementos lácteos
“Nenhuma fórmula artificial, por mais sofisticada e enriquecida que seja, se compara ao leite materno nos aspectos nutricionais, imunológicos e psicológicos, garantindo, assim, o melhor crescimento e desenvolvimento mais adequado para a criança”, destaca o presidente da Comissão Nacional Especializada de Aleitamento Materno da Febrasgo, Dr. Corintio Mariani Neto.
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