A boa notícia é que o
paciente com câncer hematológico conta com novos medicamentos, inclusive para
os casos mais raros
- O câncer pode acometer diferentes partes do organismo, sendo uma
delas o sangue. Por isso, agosto é o mês reservado para falar sobre o combate a
uma das neoplasias mais comuns relacionadas: o linfoma¹. Trata-se, na verdade,
de uma série de doenças e subtipos com características e graus de agressividade
distintos. “Para ter uma ideia, existe mais de 60 tipos de linfoma não-Hodgkin, o que também torna o diagnóstico mais complicado,
comprometendo muitas vezes as possibilidades de cura²”, enumera
o hematologista Carlos Chiattone, Professor Titular da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador do setor de onco-hematologia
do Hospital Samaritano de São Paulo
Além
da existência de uma gama diversa, um dos impasses envolvendo esse cenário é
que os sintomas nem sempre são evidentes, sendo até confundidos com outras
doenças. Por vezes, o paciente sente apenas fadiga, perda de apetite e de peso,
tem quadros de infecções recorrentes, entre outras manifestações3.
Segundo
o especialista, como o diagnóstico precoce costuma ser importante para os bons
resultados no tratamento, um dos diversos desafios da comunidade médica é
conscientizar e informar a população sobre essas doenças, que ainda são pouco
conhecidas.
Segundo
o Dr. Chiattone, os cânceres hematológicos geralmente afetam a produção e a
funcionalidade dos glóbulos vermelhos ou brancos. “ Muitas vezes, com o
progredir da doença ocorre o comprometimento da medula óssea, onde o sangue é
produzido, e implica na interrupção do processo de desenvolvimento dessas
células por um crescimento descontrolado de células anormais e cancerígenas”,
esclarece. “Esse desequilíbrio impede as células do sangue de realizar algumas
de suas funções, como por exemplo, combater as infecções, tornando o organismo
mais suscetível”, complementa.
O
linfoma afeta o sistema linfático, responsável pela remoção de fluídos
corporais entre outras funções bem importantes, como a defesa do organismo.
Esse tipo de câncer ocorre quando certas
células do sistema linfático, que deveriam nos proteger contra as ameaças, se
proliferam de forma descontrolada, afetando o sistema linfático. “Divididos
entre linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH), ambos apresentam
comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes”, informa o
hematologista.
Por razões ainda desconhecidas, o número de casos do linfoma não-Hodgkin (LNH) duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos¹. Diante de um cenário tão diverso e complexo, a boa notícia é que hoje é possível encontrar mais opções de tratamento, alguns bem específicos, indicados para determinados tipos de cânceres hematológicos raros. Com essas novas opções, cada vez mais seletivas, o prognóstico dos pacientes diagnosticados com algum tipo de câncer hematológico melhorou4.
Referências:
- INCA - Estimativa 2018 -
Incidência de Câncer no Brasil. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/estimativa/2018/
- World Network of Lymphoma
Patient Groups. Disponível em:
https://lymphoma-action.org.uk/types-lymphoma.
Acesso em junho de 2019.
- Mayo Clinic.
Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/leukemia/symptoms-causes/syc-20374373.
Acesso em junho de 2019.
- Leukemia & Lymphoma Society. Disponível em: https://www.lls.org/sites/default/files/file_assets/facts.pdf.
Acesso em junho de 2019.
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