Quando falamos de mercado de
trabalho e carreiras do futuro, quatro campos surgem com frequência nas listas
dos mais promissores: Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática – ou o que
os americanos chamam de STEM. Fica fácil entender o porquê dessas áreas estarem
em alta quando pensamos nos avanços recentes em Neurociência, conectividade,
TI, robótica, nuvem, programação, algoritmos, games e por aí vai.
Meninos e meninas com um
futuro promissor pela frente têm a chance de escolher uma dessas áreas e muito
provavelmente alcançar valores universais almejados como estímulo intelectual,
reconhecimento, liderança e uma boa fonte de renda. Iniciam ao mesmo tempo nos
estudos, com as mesmas ilusões e vontade de dar certo. No entanto, pouco a
pouco, somente os meninos ficam ou se destacam.
Fatores culturais de
valorização do masculino, enraizados desde sempre na nossa sociedade, afetam a
autoestima e a confiança feminina. Estudos mostram que mesmo quando as meninas
tiram melhores notas em matemática do que os meninos, eles se mostram muito
mais seguros quanto à aprendizagem da matéria do que elas.
Muitas meninas são
desencorajadas até pela própria família a se achar boas em assuntos não
considerados “femininos”. Pesquisadores de Yale revelaram que, ao avaliar um
cientista feminino e um masculino com as mesmas qualificações, o homem tende a
ganhar mais pontos e tem preferência na contratação. E mais: quando perguntados
sobre salários, os entrevistados consideraram uma oferta salarial para a mulher
quatro mil dólares inferior ao do que ofereceriam ao homem.
As perspectivas de trabalho em
Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática estão em pleno crescimento e só
tendem a aumentar. E a realidade é que, se não empoderarmos nossas meninas,
teremos um padrão de futuros profissionais femininos desistindo de tentar
carreiras nessas áreas.
É preciso dar a elas um
sistema global de suporte que começa em casa, passa pela escola e termina no
mercado de trabalho. Temos que ajudá-las, desde cedo, a desenvolver habilidades
comportamentais e emocionais para definir metas, vencer obstáculos e seguir
adiante nos estudos escolhidos. Mesmo que todos ao redor digam que é um terreno
“masculino”. É preciso passar valores de mãe para filha, como autoestima,
segurança, respeito, confiança e empatia.
Valores que ressaltam o
feminino e, ao mesmo tempo, formam uma base sólida para que uma menina possa
crescer acreditando em si mesma e no poder de suas escolhas. Ao chegar na
universidade e nos primeiros postos de trabalho, essas jovens precisam de
referências e mentoras, alguém que venceu no meio de um mar de desencorajamento
e testosterona, e que pode servir de modelo para as próximas gerações. O poder
feminino é transformador e não deve faltar em nenhuma área promissora do
futuro.
Vivian Wolff - Coach de Vida e Carreira pelo
Integrated Coaching Institute (ICI); formada em Mindfulness pela Georgetown
University Institute for Transformational Leadership, Washington DC; com MBA em
Marketing Estratégico pela University de Catalunya, Barcelona
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