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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Idosos ativos decidem que ainda não é hora de parar


As pessoas estão se aposentando cada vez mais tarde no Brasil. Para manter a performance e a mente ativa, é preciso exercitar o cérebro

Ter idade para estar aposentado não significa mais estar parado. Prova disso é o Dr. Márcio Gonçalves, que com 76 anos de idade não quer pendurar o jaleco: ele exerce a função de cirurgião dentista, tem como hobby passear de moto com a esposa e credita o segredo da vitalidade ao bom humor...

Esta disposição toda não vem de graça. Ele é aluno do Método SUPERA, uma rede de escolas de ginástica cerebral presente em todos os estados do Brasil, que ajuda muitos idosos a manterem seus cérebros ativos e saudáveis. Suas aulas são na unidade de Diamantina (MG), onde também funciona até hoje o seu consultório.

“Este ano eu completo 54 anos de profissão... e ‘felizinho’!”, brinca, sorridente. “Preciso me manter ativo para fugir do sofá com pantufas. Nessa idade, tem que tomar cuidado com isso, então procuro manter a mente sempre acesa”, continua.

Márcio exercita o cérebro desde 2015 e já nota melhoras significativas na habilidade de raciocínio e, principalmente, na qualidade de vida. “Convivendo com pessoas mais novas, a gente se sente realizado”, diz Gonçalves, referindo-se à troca de experiências entre os alunos, já que o SUPERA é um curso voltado para todas as idades.

Inspirado, ele não planeja se aposentar tão cedo. Logo depois de passar o número do Whatsapp (o Sr. Márcio ainda é ligado em tecnologia e não gosta de ficar para trás), conta com orgulho que realiza cirurgias de média e alta complexidade no Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, vai ao curso todas às quintas-feiras (“pontualmente e sem faltas”, faz questão de enfatizar), faz as tarefas de casa e tem como hobby os passeios e viagens de moto com sua esposa, de 70 anos.

Além do Dr. Márcio, quem também espanta o sedentarismo com muito trabalho é a Dona Ivanira Gomes, que pratica ginástica cerebral no Método SUPERA Curitiba (PR) e atende como psicóloga clínica aos 74 anos. Ela conta que já começou um pouquinho mais tarde.

“Fui professora até os 42 anos, quando encarei o desafio de fazer outra faculdade, de psicologia. Eu tinha dois filhos pequenos, mas queria muito trabalhar com algo construtivo e gratificante, e é exatamente o que faço hoje”, conta Ivanira.

Ela buscou pelo curso porque estava notando alguns lapsos de memória, comuns para a idade. Decidiu praticar ginástica cerebral com o objetivo de melhorar esta habilidade para, assim, ter melhor desempenho profissional.
As histórias acima são poucas dentre as tantas vidas transformadas pelo curso do SUPERA. Hoje são mais de 120 mil alunos e 350 unidades em todos os estados do país.

Estimular o cérebro desacelera o processo natural de perdas cognitivas decorrentes da idade e fortalece as reservas cognitivas, retardando assim o aparecimento de sintomas de doenças como o Alzheimer.

Na aula de ginástica cerebral, isso acontece por meio de atividades desafiadoras que tiram o cérebro da zona de conforto: a prática do ábaco treina a atenção e a coordenação motora fina, Jogos de tabuleiro, jogos online, apostilas com desafios, neuróbicas e dinâmicas em grupo também estão entre os exercícios para os neurônios. 


Aposentadoria tardia é tendência no Brasil

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 4,5 milhões de aposentados não encerraram as atividades trabalhistas no país e a tendência é que este número aumente cada vez mais.

De acordo com a pesquisa, as projeções do instituto para 2020 são de 20 milhões e, em 2060, esse número deve quadruplicar, chegando à casa das 60 milhões de pessoas com 65 anos ou mais ainda no mercado de trabalho.

“Estes dados mostram um percentual expressivo de pessoas que têm o desejo e a necessidade de continuarem trabalhando mesmo após a aposentadoria. É verdade que isso pode decorrer das próprias limitações impostas pelo valor reduzido ou insuficiente das pensões e aposentadorias”, conta Thaís Bento Lima, Gerontóloga da USP (Universidade de São Paulo) e consultora do Método Supera Ginástica para o Cérebro.

Segundo ela, estudos científicos comprovam que a necessidade não é apenas financeira. As pessoas percebem que têm pela frente um curso de vida significativo, afinal, o processo de envelhecimento é longo e heterogêneo, e estar em atividades ocupacionais significa também ter uma vida social ativa e ressignificada.

Foi-se o tempo em que, com o aumento da idade, o profissional se tornava improdutivo. Hoje em dia, é comum indivíduos do grupo 60+ buscarem uma segunda carreira, pois têm disposição e potencial para agregar mais valor às empresas.

Dicas da especialista para manter bom desempenho no trabalho após os 60 anos. Confira:
  • Procure participar de cursos, palestras e workshops.
  • Atualize-se e mostre que você ainda tem muita disposição e disponibilidade para aprender.
  • Exercite suas habilidades mentais, fazendo exercícios de ginástica para o cérebro. Afinal, se o intuito é trabalhar, vamos manter a mente ativa também.
  • Tenha hábitos de vida saudáveis, pois o autocuidado é essencial para se ter disposição em qualquer faixa etária.
Envelheça ativamente: saia de casa, interaja e busque novos projetos de vida. Com certeza os caminhos para a inserção ou a permanência no mercado de trabalho, na terceira idade serão mais brandos e satisfatórios.




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