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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Escorregamento de encostas: Um sério problema nas cidades e estradas


Especialista afirma que há medidas para evitar a recorrência dessas tragédias


Mal o Brasil absorveu a tragédia de Brumadinho (MG), o país já se lamenta novamente. Uma forte chuva no Rio de Janeiro acarretou deslizamentos de terra e encostas, causando vítimas fatais, danos materiais e consequências para toda a cidade. No entanto, apesar de ser um problema sério, tanto nas cidades quanto nas rodovias, os escorregamentos de encostas naturais ou de taludes construídos pelo homem (escavações e aterros) podem ser evitados.

O professor de engenharia de solos e especialista em barragens da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Paulo Afonso Luz, explica que, em termos de Geotécnica, é possível estudar esses locais e evitar que eles escorreguem. "A primeira providência é monitorar as encostas através da instalação de vários instrumentos, como se faz nas barragens. São medidores de deslocamentos (marcos topográficos superficiais), medidores de pressão da água dentro da encosta (piezômetros) e medidores da posição do lençol freático (nível da água dentro do solo da encosta). Essas, dentre outras ações, podem ser efetivas para evitar que essas tragédias aconteçam todos os anos", aponta o professor.

Não é difícil prever esses eventos, uma vez que eles acontecem, sobretudo, no final do período chuvoso, quando o solo da encosta já está saturado (encharcado). "Os deslizamentos de solo ocorrem quando há o contato entre o material mais fraco com o mais resistente (rocha), geralmente em encostas muito inclinadas. Às vezes uma pequena chuva é suficiente para disparar (deflagrar) o escorregamento, exatamente o que aconteceu nas barragens de Mariana e Brumadinho e, agora, mais uma vez na cidade do Rio de Janeiro", alerta o especialista.




Paulo Afonso Luz - engenheiro civil, com mestrado em engenharia de solos. Possui 40 anos de experiência profissional na área de Geotécnica, com ênfase em projetos de barragens, estradas, fundações, escavações, obras de contenção, canais e túneis. É professor de engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.



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