Especialista
explica como lidar com os efeitos colaterais causados pelo principal tratamento
de combate ao câncer
Com mais de 600 mil novos casos por ano no Brasil,
a quimioterapia ainda é considerada um dos principais métodos para o tratamento
do câncer. O procedimento, que consiste no emprego de compostos químicos para
destruir ou impedir que as células cancerígenas se espalhem pelo corpo, no
entanto, também podem afetar células saudáveis, ocasionando reações adversas.
É importante ressaltar que, assim como a
quimioterapia não é a mesma para cada paciente, os efeitos secundários também
variam de pessoa para pessoa. Entre os sintomas mais comuns estão vômitos e
náuseas, fadiga, além de perda do apetite e do cabelo. Porém, com a evolução
dos tratamentos oncológicos, já existem formas de controlar os efeitos
colaterais e melhorar a qualidade de vida do paciente oncológico.
Queda de cabelo na quimioterapia é coisa do passado?
A touca inglesa é o primeiro sistema de crioterapia
capilar no mundo a utilizar um liquido circulante para resfriar o couro
cabeludo de maneira estável e constante aumentando as chances de preservação
dos fios durante o processo da quimioterapia. Esse resfriamento diminui o fluxo
sanguíneo para a raiz de cada fio, fazendo com o que folículo capilar fique
menos suscetível à ação dos quimioterápicos e menos propenso ao risco de queda.
No Brasil, desde 2013, já foram realizadas mais de
33 mil sessões com a tecnologia. O paciente veste a touca anatômica que fica
conectada diretamente ao sistema de resfriamento cerca de 30 minutos antes do
início da quimioterapia e permanece com ela até uma hora e meia após o término
da infusão dos medicamentos.
"Esse procedimento causa uma sensação térmica
estável entre 18ºC e 22ºC, o que permite menor absorção dos medicamentos nesta
região. O dispositivo causa diminuição do fluxo sanguíneo nos folículos
capilares evitando ou reduzindo a perda dos fios", explica o Dr. Daniel Gimenes,
oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade de São Paulo do
Grupo Oncoclinicas.
A crioterapia pode ser aplicada em pacientes
diagnosticados com diversos tipos de câncer, porém há restrições para pessoas
com câncer hematológico (que afeta o sangue), como leucemia e linfoma. Quem
possui alergia no couro cabeludo também não deve fazer o tratamento.
Como evitar vômitos e náuseas
O uso de medicamentos pode irritar o trato
gastrointestinal, ocasionando náuseas e vômitos algumas horas ou até mesmo dias
depois da sessão de quimioterapia. "Uma das formas para evitar efeitos
colaterais causados pelo procedimento é administra a
"pré-quimioterapia" com medicamentos. A alimentação também é um fator
importante. O correto é Ingerir alimentos fáceis de digerir e beber água aos
poucos para se manter hidratado. ", sugere Gimenes.
O gengibre é considerado um bom aliado para
combater esse efeito colateral, mesmo que em pequenas quantidades. Frutas
cítricas também podem ajudar, devido a presença do ácido fólico, que estimula a
produção de ácidos digestivos e ainda pode reduzir outro efeito comum e
bastante desagradável: a boca seca.
Algumas pessoas têm bastante alívio deste sintoma
tomando água gelada com gotas de limão ou abacaxi. Evitar alimentos gordurosos,
apimentados ou com cheiro intenso também é recomendado.
Perda de apetite
Existem diversas causas que interferem no apetite
do paciente e muitas vezes estão relacionadas a náuseas e vômitos. A quantidade
e intensidade das medicações podem também alterar o paladar.
"Pode ocorrer uma certa dificuldade em se
alimentar podendo ocasionar na perda de peso e até mesmo levar a problemas mais
sérios como é o caso da desnutrição e anorexia. Por outro lado, a melhor forma
de responder positivamente ao tratamento é seguir uma alimentação saudável,
rica em proteínas além de manter de cinco a seis refeições equilibradas
diariamente.", reforça o especialista.
Fadiga
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de
Câncer), um dos sintomas que mais surgem em pacientes oncológicos é a fadiga,
atingindo cerca de 75% a 95% dos doentes. Esse sintoma pode surgir em
decorrência da própria doença, pela baixa ingestão de calorias, pelo tratamento
quimioterápico ou ainda por fatores psicológicos, como a depressão.
A Medicina Integrativa, abordagem que une técnicas
corporais não invasivas como acupuntura, musicoterapia, yoga, suporte
emocional, psicologia vem conquistando cada vez mais espaço em centros médicos
e é bastante efetiva para esta situação.
"Pessoas que realizaram atividades físicas
durante o tratamento, desde uma simples caminhada ou até mesmo um levantamento
de peso e yoga apresentaram uma melhora na qualidade de vida, menos cansaço,
menor ansiedade, depressão e diminuição de problemas relacionados ao sono. É
importante ressaltar que a pessoa que apresentar cansaço após o tratamento, o
mais indicado é repousar e retomar os exercícios físicos alguns dias
depois", finaliza Gimenes.
Grupo Oncoclínicas
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