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domingo, 9 de dezembro de 2018

Como lidar com a sensação de depressão e ansiedade na época de Natal


  1. Muitas pessoas falam de um fenômeno conhecido como “Depressão de natal”. O que caracteriza esse fenômeno?

Depressão de Natal é a tradução de um termo que começou a ser bastante utilizado entre os americanos para descrever um conjunto de sentimentos (angústia, desamparo, aumento dos níveis de ansiedade, intolerância e tristeza) comumente aflorados em algumas pessoas no período próximo ao Natal: o “Christmas Blues”.


  1. Quais os fatores que podem desencadear as sensações características da “Depressão de natal”?

Alguns fatores que podem desencadear: lembranças passadas em um tempo em que a vivência é fantasiada como boa, agradável – em contraste com um presente não tão agradável; a falta de entes queridos que tinham essa data como especial (por motivos de morte ou qualquer outro motivo) e que realizavam uma lembrança boa na existência da pessoa e também o  incômodo vivenciado pelo contraste de um tempo de celebração de fartura e trocas de afeto e pessoas que não têm as mesmas condições ou não concordam com essas formas de celebração.


  1. O que as pessoas podem fazer para evitar que tais sentimentos surjam, controlá-los e lidar com eles?

Para quem está vulnerável ao Blues de Natal é improvável que esses sentimentos não surjam nessa época. A melhor coisa a se fazer é reconhece-los e respeitá-los e, assim, reduzir a intensidade do mal-estar que eles provocam. A busca por auxílio psicológico é recomendada, já que pode ajudar a entender a origem dos causadores do Blues, assim como tratá-los.


  1. Você considera esse fenômeno como um caso clínico? Ele pode evoluir para um quadro grave de ansiedade e / ou depressão, por exemplo?

Sem dúvida, alguns casos do Christmas Blues podem se caracterizar como “Casos Clínicos” já que muitas vezes surgem como uma narrativa clínica de sofrimento. Por isso, eles podem sim evoluir para intensificações afetivas ao ponto de causarem angústia ou ansiedade. O que consideramos pouco provável é que isso venha a se tornar o que chamamos de “entidade clínica”, reconhecida nos protocolos médicos.






José Waldemar Turna - psicólogo e VP Clínico do Luzz.



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