Complicações
pós-operatórias, aderências teciduais ou fibroses são evitadas com tratamento
fisioterapêutico especializado
O câncer de mama é o principal tipo de câncer na
mulher, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos novos
casos a cada ano. Segundo dados da Agência Internacional para a Pesquisa
do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), um a cada quatro tipos de
câncer que afetam as mulheres é o de mama, e apresenta um bom índice de cura
quando diagnosticado no início. Geralmente, o tumor se apresenta como nódulos e
pode atingir a axila e até mesmo outros órgãos, chamado metástases.
Segundo a fisioterapeuta Alessandra Sônego,
especializada em Saúde da Mulher pelo HC-FMUSP, a fisioterapia deve ser
realizada em todas as fases do câncer de mama e durante todo o tratamento, seja
ele quimioterápico, radioterápico, pré-operatório, pós-operatório e até mesmo
nos cuidados paliativos. “No pós-operatório, independente da cirurgia, é
necessário acompanhamento fisioterapêutico para evitar aderências teciduais ou
fibroses e melhorar o aspecto da cicatriz e minimizar o edema. Se houver
esvaziamento ganglionar na axila, são realizados exercícios miolifocinéticos,
para evitar o aparecimento de linfedema, restrições ao movimento do braço e do
pescoço e, consequentemente, outras sequelas”, explica.
Em razão da fadiga oncológica pós-tratamento, é
indicado que a paciente realize uma série de exercícios específicos para
estimular o metabolismo, para promover disposição no retorno às suas atividades
do cotidiano. No pós-operatório recomenda-se realizar alguns exercícios para
evitar as complicações cirúrgicas, pois, após o procedimento, é possível surgir
dificuldades de movimentação do ombro, dor em região do braço, ombro, mama e
pescoço, inchaço da mama e do braço, formigamento do braço e vermelhidão da
mama.
Conheça alguns dos exercícios propostos pela
fisioterapeuta Alessandra, que podem ser realizados em casa, como complemento
do tratamento convencional.
- No pós-cirúrgico imediato, os exercícios devem ir até a altura do ombro ou respeitar o limite imposto pelo médico cirurgião. Comece fazendo movimento de cabeça, incline para a direita, esquerda, para frente e para trás, se conseguir faça circundação com a cabeça.
- Aproxime as duas mãos e faça o movimento de abrir e fechar os cotovelos, com abertura e altura até o ombro. Faça movimento de abrir e fechar os cotovelos por 10 vezes.
- Eleve o braço esquerdo sobre o ombro oposto e com a mão direita, toque no cotovelo para realizar o estiramento do ombro. Segure por 30 segundos. Faça 3 vezes de cada lado.
- De pé ou sentada, com os braços estendidos à frente, segure um bastão ou um cabo de vassoura na altura do peito, leve este para cima até altura do ombro para baixo, para a direita, para o centro e para a esquerda. Repita 10 vezes.
- Segure o bastão para trás e movimente até o seu limite de alcance. Repita 10 vezes.
Alessandra Sônego - fisioterapeuta especializada em
Saúde da Mulher pelo HC-FMUSP, atuante nas áreas de reabilitação dos
músculos do assoalho pélvico e obstetrícia na clínica Athali Fisioterapia
Pélvica Funcional. Especialista em acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa
pela FACEI (2011). Site:
http://www.athalifisioterapia.com
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