“Se existe um tema que causa desconforto em muitas pessoas é a
morte. Seja pelo valor que se dá à vida ou pela tristeza que a perda de um ente
querido provoca”, explica o médico Thiago Bobato, coordenador da comissão
de cuidados paliativos do Hospital VITA. Segundo ele, o fato é que não se fala
e não se cuida do fim de vida. Mesmo que a cada dia todos nós estejamos
morrendo, e nada se possa fazer para evitar o fim.
De acordo com Dr. Thiago, esse pensamento de imortalidade é um dos
resultados da ciência médica moderna, que visa a qualquer custo manter a vida,
mesmo que seja de forma indigna, com sofrimento e sob circunstâncias extremas,
o que gera na população uma falsa impressão de que morrer é errado ou evitável.
“Ledo engano que acentua a morte de má qualidade, com dor, isolamento,
sofrimento, bem longe do que se imagina e deseja sob qualquer circunstância de
vida ou de morte”, esclarece.
Segundo o índice de qualidade de morte de 2015, da Economist
Intelligence Unit, o Brasil está em 42° lugar, em um grupo de 80 países
avaliados. Na América Latina, o Chile ficou em 27° lugar, a Argentina em 32°, o
Uruguai em 39° e o Equador na 40ª colocação. “Estes números demonstram o quanto
temos que melhorar, para ofertar uma qualidade de morte adequada para a nossa
população”, destaca Dr. Thiago.
Para isso, existe uma corrente de cuidado integral dentro da
medicina que privilegia a assistência protetiva ao paciente e seus familiares
que estejam vivenciando uma doença que não apresenta possibilidades de cura:
cuidados paliativos.
A palavra paliativo deriva do latim pallium, que significa
o manto que protegia os cavaleiros das intempéries durante as Cruzadas. Uma
filosofia ainda pouco compreendida nos dias atuais, embora muito necessitada
pela área de assistência em saúde, que segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), se refere a melhora da qualidade de vida de pacientes e familiares que
estejam vivenciando uma doença que ameace a vida.
Trata-se de um conjunto de práticas de assistência que visa
aliviar e prevenir o sofrimento físico, psíquico, social e espiritual,
respeitando o paciente e principalmente sua autonomia diante da doença, e que
segundo Dr. Thiago, é um fato raro na medicina praticada na atualidade.” Em
essência é uma filosofia que privilegia o conforto individual de cada ser
humano, privilegiando as necessidades que cada um possui diante de uma doença
incurável”, relata o médico.
O especialista do Hospital VITA conta que essa prática de
assistência integral e humanizada está sendo aplicada no dia-a-dia do cuidado
aos pacientes. Por meio de uma equipe interdisciplinar, composta pela
assistência médica, psicológica, fonoaudiológica, fisioterápica, farmacêutica e
de enfermagem, propicia um cuidado intensivo aos pacientes clínicos e
oncológicos durante o internamento e nos atendimentos ambulatoriais.
“O serviço de cuidados paliativos preconiza melhorar a qualidade
de vida da população de Curitiba de forma humanizada, com responsabilidade e
dedicação, proporcionando uma assistência diferenciada para o paciente e seus
familiares, durante esta fase mais complicada”, conclui Dr. Thiago.
Hospital VITA
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