Pesquisa revela que menos
de 30% das mulheres do Estado na faixa etária indicada pelo governo realizou a
mamografia
Mesmo
sendo um dos estados mais atuantes do país quando se trata da realização de
exames e tratamentos do câncer de mama, São Paulo amarga um baixo índice de
rastreamento mamográfico. Os números mostram que os atendimentos às pacientes
do Sistema Única de Saúde (SUS) ainda estão longe do aceitável. Estudo
realizado por pesquisadores da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em
parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa constatou que a cobertura
mamográfica em 2017 de mulheres na faixa etária entre 50 e 69 anos que residem
no estado foi de 28,7%, ou seja, bem abaixo dos 70% recomendado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste Outubro Rosa, a SBM faz o alerta
sobre esse cenário na maior federação do país, alertando que a preocupação com
o tema deve ser o ano todo.
De
acordo com o presidente da SBM, Antônio Frasson o papel da SBM é ajudar na conscientização
da mulher sobre a importância de se cuidar, disseminando informação
qualificada. “Não podemos de forma alguma ignorar os altos índices de casos e
óbitos por conta da doença. Isso é uma realidade que precisa ser considerada”,
diz o presidente, acrescentando que nos dias 04 a 06 de outubro, mais de 1,5
mil mastologistas de todo o Brasil se reunirão em São Paulo na 14ª Jornada
Paulista de Mastologia, justamente para discutir a evolução do tratamento do
câncer de mama.
Lembra
Frasson, que a maior dificuldade para conseguir realizar a mamografia e iniciar
o tratamento quando existe uma queixa mamária ainda é a falta de acesso. “Se em
São Paulo que é o estafo mais desenvolvido do país há essas dificuldades, o que
podemos esperar de outras regiões mais pobres e longínquas desse país com
dimensões continentais?”, indaga o presidente. Segundo Frasson, a preocupação
constante com o desenvolvimento de novas estratégias diagnósticas e
terapêuticas infelizmente deixa de ser aplicada em nosso país pela falta de
acesso e de recursos. A distância entre o conhecimento e a sua utilização para
o bem de pacientes oncológicos é cada vez maior. “Trabalhamos em prol da
população brasileira, especialmente as mulheres. Nosso objetivo é sempre
oferecer o melhor atendimento, mas para isso elas precisam ter acesso. Se não
estão tendo é preciso lutar por isso. Os direitos delas também são a nossa
luta”, afirma o mastologista.
O
enfoque deste evento será a personalização do tratamento do câncer de mama de
acordo com as necessidades de cada paciente, adequando a tendência de reduzir a
extensão do tratamento sempre que for possível, tanto do ponto de vista da
cirurgia quanto da quimioterapia e radioterapia.
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