Falta de tratamento pode levar à sepse e, em
casos mais graves, à morte
A cistite atinge cerca de 80% das mulheres no país, mas também acomete homens e crianças. A infecção da bexiga pode se dar em qualquer órgão do trato urinário: uretra, bexiga, rins, ureteres, entre outros. Mas, de acordo com o urologista Elimilson Brandão, do Hapvida Saúde, a doença é mais comum no chamado baixo trato urinário, em órgãos como a bexiga e a uretra. Em geral, é causada pela bactéria Escherichia coli, que desempenha um papel importante no intestino para a digestão, mas é perigosa no trato urinário.
Risco de morte
Todo e qualquer tipo de infecção pode evoluir para um caso de sepse, que é um conjunto de manifestações graves produzidas pela infecção. Dentre os tipos mais comuns que evoluem para sepse está a infecção urinária. "É essencial que as pessoas procurem ajuda médica ao perceberem os primeiros sintomas da doença", recomenda o especialista. A sepse pode levar, em casos mais graves, a um choque séptico, ou seja, um estado de choque acompanhado por hipotensão arterial que é potencialmente fatal. "Estima-se que a cada 3 ou 4 segundos alguém morre de sepse no mundo", revela o médico.
O caso requer uma hospitalização rápida. Quanto mais cedo o paciente é tratado, maiores são as chances de sobrevivência. O tratamento se baseia na antibioticoterapia, assim como no tratamento dos órgãos vitais deficientes, em caso de sepse grave. Tratam-se de perfusões intravenosas de dopamina, oxigênio ou adrenalina. A cirurgia também pode ser necessária em alguns casos para eliminar o foco infeccioso. A duração do tratamento da sepse depende da gravidade da infecção, mas geralmente leva cerca de duas semanas. A recuperação da sepse, no entanto, é muito mais longa.
Mulheres
Ainda segundo o especialista, as cistites são mais comuns em mulheres porque, nelas, a uretra (canal por onde sai a urina), mede cerca de 5 cm. Nos homens, a uretra chega a 22 cm. Além disso, no corpo feminino, a uretra fica mais próxima do ânus. "Ou seja, as bactérias que provocam a infecção percorrem, nas mulheres, um caminho bem mais curto até chegar à bexiga. Quando isso acontece, a vontade de fazer xixi é intensa, vem acompanhada de dor e a urina pode ter um pouco de sangue", explica o urologista.
Sinais
Se surgir necessidade urgente de urinar e isso for frequente, luz de alerta ligada! Na hora de fazer xixi, se houver ardor e pouca urina em cada micção, é muito provável que seja infecção urinária. Outros sinais são dores na bexiga, nas costas e no baixo ventre; febre; e, nos casos mais graves, presença de sangue na urina.
O diagnóstico se baseia em uma investigação clínica e em exames de cultura da urina, a "urocultura com antibiograma", capaz de identificar o agente infeccioso e orientar o tratamento.
Tratamento
Para tratar as cistites infecciosas, os médicos prescrevem antibióticos ou quimioterápicos. "A escolha vai depender do tipo de bactéria encontrada no exame de urina", explica o urologista do Hapvida. As mulheres tendem a sofrer mais com o agravamento da doença, por causa das frequentes recidivas, mas, segundo o especialista, se o tratamento for seguido à risca, a chance de cura é grande.
Prevenção
Apesar de comum, é possível evitar a infecção urinária com algumas atitudes bem simples. As principais formas de prevenção são as seguintes:
• Realizar higiene adequada, especialmente, antes e após a relação
sexual;
• Urinar depois do sexo;
• Higienizar a região da uretra, na mulher, fazê-lo sempre no sentido da frente para trás;
• Ingerir bastante água e evitar bebidas alcoólicas;
• Evitar segurar a urina;
• Evitar relações sexuais desprotegidas;
• Tomar banho com água corrente, com temperatura não elevada e pouco sabonete;
• Evitar o uso de biquíni molhado por longos períodos;
• Trocar frequentemente os tampões e os absorventes no período menstrual;
• E evitar alterações radicais na dieta.
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