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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Transtorno bipolar não é fraqueza!
Segundo dados da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), no Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas sofrem de transtorno bipolar, o que representa aproximadamente 3% da população nacional.
O transtorno bipolar é uma doença crônica, sem cura definitiva, mas que pode ser controlado possibilitando o paciente conviver com a patologia, e com alguns cuidados, ter uma vida normal.
Estima-se que um paciente leve, em média, dez anos e seja atendido por quatro diferentes profissionais até que receba o diagnóstico correto deste transtorno. Isto se deve ao fato de que as pessoas normalmente procuram ajuda quando estão deprimidas, e é muito comum que após melhorarem da depressão abandonem o tratamento, impossibilitando o médico de analisá-las em outros momentos da doença.
O termo “bipolar” foi banalizado e algumas vezes, pessoas que sofrem desvio de conduta ou de personalidade recebem este diagnóstico leigamente por serem explosivas ou mudarem de humor frequentemente conforme a situação. O Transtorno Afetivo Bipolar é uma patologia caracterizada por oscilações de humor em que o paciente passa alguns dias em fase depressiva, outros em fase de mania ou mista e não oscilam de um momento para outro conforme os acontecimentos. As principais fases do transtorno são:
  • Fase depressiva: a pessoa começa a sentir tristeza a maior parte do tempo, vontade de chorar ou choro por motivos que normalmente não a afetaria, menor energia para realização de atividades corriqueiras e prazerosas, alteração do sono e do apetite. A duração desta fase é, em média, duas semanas. 
  • Fase mania: nesta fase ocorre um aumento de energia, o pensamento da pessoa fica acelerado, variando de um assunto para outro, cresce o número de atividades e a vontade de realizar diversas coisas ao mesmo tempo, menor necessidade de sono  e maior disposição. Outra característica da fase é a sensação de bem-estar e grandiosidade exagerada. Gastos excessivos podem estar presentes. 
  • Fase mista: este momento é o mais complicado para o paciente, pois há uma mescla das duas fases anteriores com sintomas depressivos associados à aceleração do pensamento, acarretando ansiedade e inquietação.
O tratamento do transtorno bipolar é realizado por meio de medicamentos e acompanhamento psicoterápico. É essencial que o paciente entenda as fases que está passando para ter um bom diálogo com o médico e ótimo tratamento. Agora você já sabe que a constante oscilação de humor pode ser uma doença e quanto antes for corretamente diagnosticada e tiver o tratamento adequado melhor o prognóstico.

Doutor Douglas Motta Calderoni - médico psiquiatra, especialista em ansiedade e comportamento humano e sócio-fundador da clínica Sintropia.



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