Transtorno bipolar não é
fraqueza!
Segundo
dados da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), no Brasil, cerca
de 6 milhões de pessoas sofrem de transtorno bipolar, o que representa
aproximadamente 3% da população nacional.
O
transtorno bipolar é uma doença crônica, sem cura definitiva, mas que pode ser
controlado possibilitando o paciente conviver com a patologia, e com alguns
cuidados, ter uma vida normal.
Estima-se
que um paciente leve, em média, dez anos e seja atendido por quatro diferentes
profissionais até que receba o diagnóstico correto deste transtorno. Isto se
deve ao fato de que as pessoas normalmente procuram ajuda quando estão
deprimidas, e é muito comum que após melhorarem da depressão abandonem o tratamento,
impossibilitando o médico de analisá-las em outros momentos da doença.
O
termo “bipolar” foi banalizado e algumas vezes, pessoas que sofrem desvio de
conduta ou de personalidade recebem este diagnóstico leigamente por serem
explosivas ou mudarem de humor frequentemente conforme a situação. O Transtorno
Afetivo Bipolar é uma patologia caracterizada por oscilações de humor em que o
paciente passa alguns dias em fase depressiva, outros em fase de mania ou mista
e não oscilam de um momento para outro conforme os acontecimentos. As
principais fases do transtorno são:
- Fase depressiva: a pessoa começa a sentir tristeza a maior parte do tempo, vontade de chorar ou choro por motivos que normalmente não a afetaria, menor energia para realização de atividades corriqueiras e prazerosas, alteração do sono e do apetite. A duração desta fase é, em média, duas semanas.
- Fase mania: nesta fase ocorre um aumento de energia, o pensamento da pessoa fica acelerado, variando de um assunto para outro, cresce o número de atividades e a vontade de realizar diversas coisas ao mesmo tempo, menor necessidade de sono e maior disposição. Outra característica da fase é a sensação de bem-estar e grandiosidade exagerada. Gastos excessivos podem estar presentes.
- Fase mista: este momento é o mais complicado para o paciente, pois há uma mescla das duas fases anteriores com sintomas depressivos associados à aceleração do pensamento, acarretando ansiedade e inquietação.
O
tratamento do transtorno bipolar é realizado por meio de medicamentos e
acompanhamento psicoterápico. É essencial que o paciente entenda as fases que
está passando para ter um bom diálogo com o médico e ótimo tratamento. Agora
você já sabe que a constante oscilação de humor pode ser uma doença e quanto
antes for corretamente diagnosticada e tiver o tratamento adequado melhor o
prognóstico.
Doutor
Douglas Motta Calderoni - médico psiquiatra, especialista em ansiedade e
comportamento humano e sócio-fundador da clínica Sintropia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário