Visitas regulares ao oftalmologista podem ajudar a diagnosticar a doença
em seus estágios iniciais; são identificados 2,4 milhões de novos casos a cada
ano
Segunda causa de cegueira irreversível no
mundo, o glaucoma é uma doença em ascensão. De acordo com a Organização Mundial
da Saúde (OMS), são diagnosticados 2,4 milhões de novos casos a cada ano. Se em
2010 existiam 60 milhões de pessoas com glaucoma, a projeção é de que esse
número chegue a 80 milhões em 2020. Hoje, um a cada 40 adultos com mais
de 40 anos tem a doença. Mas o problema, quando diagnosticado precocemente,
pode ser tratado, evitando a perda total da visão. Para isso, o desafio dos
médicos é conscientizar a população sobre a importância de visitas regulares ao
oftalmologista, ao menos uma vez por ano.
“Graças
aos conhecimentos adquiridos nos últimos anos, podemos dizer que o diagnóstico
precoce e o tratamento adequado permitem ao indivíduo ter sua visão por toda
vida”. A afirmação é do especialista Cristiano Caixeta Umbelino, diretor da
Sociedade Brasileira de Glaucoma e oftalmologista assistente do Departamento de
Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo. O especialista ressalta que grande
parte das pessoas acometidas pela enfermidade só procura o médico em um estágio
avançado da doença, o que dificulta o tratamento.
Nos estágios iniciais, a doença é
assintomática, daí a importância das consultas de rotina. “Existe uma cultura
errada na sociedade de que, quando a pessoa envelhece, é normal ter defasagem
na visão. Isso é um grande mito. A consulta periódica ao oftalmologista pode
diagnosticar o glaucoma e outras doenças oculares, evitando sua progressão”,
alerta o médico.
Hereditário, degenerativo e progressivo, o
glaucoma pode causar cegueira em todos os pacientes, mas asiáticos e negros são
mais suscetíveis à doença. O tipo mais comum da enfermidade é o primário de
ângulo aberto, com 74% dos casos. Os outros 26% dividem-se entre glaucoma
primário de ângulo fechado, secundário decorrente de outras doenças, como a
diabete, por exemplo, e o tipo congênito.
“No
olho existe um espaço que chamamos ângulo ou seio camerular, neste local ocorre
naturalmente a drenagem do humor aquoso. Mas, quando por algum problema a
drenagem do humor aquoso é dificultada, o escoamento do líquido torna-se
ineficaz. Desta forma, a quantidade que não foi drenada fica presa, levando ao
aumento da pressão dentro do olho (intraocular) e afetando o nervo óptico, que
é responsável pela condução da imagem ao cérebro”, explica o especialista.
O tratamento do glaucoma, hoje, pode ser
feito com colírios. As drogas de primeira escolha para o tratamento do glaucoma
são os medicamentos pertencentes à classe das prostaglandinas. Entre elas está
o Xalatan, com o princípio ativo latanoprosta, que age melhorando o escoamento
do humor aquoso. Uma gota do medicamento, uma vez ao dia, pode ser suficiente
para o controle do glaucoma em determinados casos. Estudos que avaliaram a
eficácia das medicações mostraram que a maioria dos pacientes que usa os
colírios corretamente (sob orientação do médico oftalmologista) consegue manter
uma boa taxa de sucesso no tratamento, com controle adequado da pressão
intraocular. Para casos mais graves, que já não respondem à medicação, há
opções cirúrgicas.
PFIZER
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