Médica do Seconci-SP chama a atenção
para as qualidades da mão de obra feminina e a importância de cuidar
corretamente da saúde delas nos canteiros de obras
O Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março. Pedreiras,
engenheiras, técnicas em segurança do trabalho, instaladoras - são cada vez
mais numerosas as funções desempenhadas pelas mulheres nos canteiros de obras,
inclusive em cargos administrativos ou no comando das empresas. Apesar de ainda
serem minoria, elas vêm elevando sua participação no total de trabalhadores da
construção. Segundo os últimos dados disponíveis da RAIS/IBGE, em 2015 o
sexo feminino já representava 9,74% da força de trabalho formal do setor. A
cidade de São Paulo tem mais mulheres que a média nacional, e corresponde a
68.398 trabalhadoras.
De acordo com a gerente de Medicina Ocupacional do Seconci-SP,
dra. Ina Irene Liblik Quintaes, o aumento da presença feminina em construções
se deve, entre outros motivos, à qualidade de execução da mão de obra feminina;
ao zelo com os equipamentos e nível de atenção aos detalhes em atividades de
acabamento.
“As mulheres são cuidadosas e meticulosas, possuem grande
capacidade de refinamento na execução das tarefas, além de concentração e
limpeza. Elas são procuradas sobretudo para atividades que requerem
profissionais atentos a todos os detalhes, e que sejam perfeccionistas e
caprichosas, como pinturas, assentamento de peças cerâmicas e instalações
elétricas”, explica a médica.
O comprometimento e a dedicação das mulheres também trazem
reflexos econômicos positivos. As mulheres costumam chegar no horário, utilizam
corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e ferramentas,
reduzindo em muito os custos com acidentes de trabalho e desgaste dos
materiais.
Em relação à saúde da mulher no canteiro de obra, a dra. Ina
explica que o mais importante é respeitar a sua estrutura física, principalmente
no que tange à sobrecarga. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estipula
que elas não podem prestar serviços que exijam força muscular superior a 20
quilos para o trabalho contínuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional.
Além disso, para um melhor desempenho no canteiro de obras, o
empregador deve implantar rotinas de trabalho, pausas, verificar o EPI que
melhor se adequa à mulher e disponibilizar equipamento e maquinários
ergonômicos, que facilitem o transporte e manuseio de cargas.
“Vale lembrar que é essencial respeitar as paradas para a
alimentação, hidratação, fornecer o protetor solar e estar ciente de que no
período menstrual existe uma baixa da resistência e da imunidade da mulher e
que nesse período pode existir um declínio no desempenho no trabalho”, ressalta
a especialista.
Entre as ações de saúde direcionadas à mulher, o Seconci-SP
recomenda a realização de palestras e difusão de informações sobre planejamento
familiar; prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids, de câncer de
colo uterino e de mama, do fotoenvelhecimento e do câncer de pele –
incentivando o uso do protetor solar; e aleitamento materno e seus benefícios.
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