As primeiras experiências afetam a qualidade dessa
arquitetura, estabelecendo o alicerce, robusto ou frágil, para a aprendizagem,
a saúde e comportamentos subsequentes. Nessa fase, as novas conexões neurais
(chamadas sinapses) são formadas a cada segundo. Após esse período de rápida
proliferação, essas conexões são reduzidas através de um processo de seleção,
de forma que os circuitos cerebrais tornam-se mais eficientes.
Os circuitos sensoriais, como os da visão e da audição
básicas, são os primeiros a se desenvolver, seguidos pelas habilidades iniciais
de linguagem e, posteriormente, pelas funções cognitivas
superiores. As conexões proliferam e são selecionadas de forma predeterminada,
e os circuitos cerebrais mais tardios e mais complexos são construídos sobre os
circuitos anteriores, mais simples
E todo adulto que pretende contribuir para o
desenvolvimento integral das crianças deve saber que o Brincar é uma ferramenta
imprescindível para o alcance de melhores resultados.
Brincar é a melhor maneira da criança aprender sobre
si mesma, sobre o mundo e sobre o outro. Por meio do brincar, a criança pode
também expressar seus sentimentos, medos, inseguranças e, os seus
pensamentos.
O brincar também ajuda a criança a desenvolver habilidades
que são as bases de todo o aprendizado. É brincando que a criança estimula a
fala, a leitura, a escrita entre outros. Leia livros infantis com e para as
crianças com as quais tem contato.
Desde os primeiros meses de vida o brincar é importante
para que a criança exercite o corpo e desenvolva a motricidade para engatinhar,
andar e correr, além de estimular os seus cinco sentidos. A obesidade e
sedentarismo infantil têm crescido cada vez mais no Brasil e podemos dizer que
isso se dá, principalmente, à falta de brincadeiras ao ar livre e à realização
de atividades físicas nessa fase do desenvolvimento.
Ao brincar com o adulto, a criança gosta de imitá-lo, dessa
forma ampliao seu repertório de experiências e aprendizados. É essencial
também, que ela possa vivenciar momentos de um brincar livre, para que faça as
próprias escolhas e descobertas. Brinque com seu filho, sobrinho, neto e outras
crianças em parques. Vivências na natureza são ótimas para estimular os
sentidos delas.
As crianças de até três anos gostam de brincar de esconde
esconde, de explorar os objetos, de empilhar coisas e desmontar. Entre 4 a 6
anos, é a fase do faz de conta e as relações com seus pares são potencializadas
através das brincadeiras.
No entanto é preciso criar espaços lúdicos seguros e
adequados para esse brincar, que não se restrinja à escola, à casa da criança
ou a parques infantis. Unidades básicas de saúde, hospitais, centros de
assistência social e qualquer lugar frequentado pela criança. É preciso pensar
no brincar como uma maneira de também favorecer o bem-estar dos pequenos.
O ambiente dever ser estimulante com blocos de construção,
por exemplo, que possibilita o exercício da criatividade e imaginação da
criança. A brincadeira no chão é muito mais segura e possibilita o
desenvolvimento motor principalmente nos primeiros anos de vida.
Nos espaços
lúdicos devemos contemplar uma diversidade de materiais como alumínio, tecidos
variados, madeira, plásticos e elementos da natureza de forma a potencializar o
desenvolvimento sensorial das crianças. Caixotes de madeira coloridos dão noção
de estética à criança e despertam para a organização do espaço, apenas citando
algumas opções de brinquedos e brincadeiras.
O brincar antes
de tudo é um direito de todas as crianças que está definido no artigo 31 da
Convenção dos Direitos da Criança, no Estatuto da Criança e do Adolescente e no
Marco Legal da Primeira Infância. Portanto, estamos falando de direitos humanos
e o brincar é, antes de tudo, um direito da criança! Portanto, brinque com as
crianças todos os dias, durante todo o ano e por quantos anos for possível.
Assim, teremos jovens e adultos cada vez mais fortes, inteligentes e
conscientes de seu papel na sociedade.
Mariângela
Carocci – especialista em Primeira Infância da Plan International Brasil
e Grente do projeto “Famílias que Cuidam”
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